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sábado, 30 de janeiro de 2021

A política ao longo da história

 

Ilustração que recria a assembleia popular ateniense (eclésia) reunida na Pnyx, uma colina no sudoeste da Ágora.

Autor:  Leandro Claudir Pedroso, licenciado em História e pós-graduado em Metodologia do Ensino em História e Geografia.

A política e as atividades voltadas a ela são algo presente na sociedade humana desde seus primórdios, para tal premissa baseio-me na definição de política pelo Novo dicionário Aurélio edição de 1975, e na tradição greco-romana, e na antiga e moderna filosofia, bem como nos textos sagrados judaico-cristãos.

O que é política

Lemos no Aurélio que política é a ciência dos fenômenos referentes ao Estado, um sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos, a arte de bem governar os povos, e um princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do Estado.

No mundo grego antigo, temos Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) ele foi um dos primeiros a explicar o que é política, em um compêndio de 8 livros, chamado Política. Para ele a política é ligada a moral, o Estado é um organismo moral, que complementa a atividade moral do indivíduo, mas a política, no entanto é distinta da moral, pois a moral tem como objetivo o indivíduo e a política a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas as necessidades, e a família que precede ao estado, e como na família a tarefa essencial do estado é a educação, que deve desenvolver harmônica e hierarquicamente todas as faculdades: antes de tudo as espirituais, intelectuais e, subordinadamente, as materiais e físicas.

Ainda na Grécia antiga, não posso esquecer de Platão (428 a.C - 347 a.C), que em sua obra prima, República fala sobre uma cidade perfeita. Ele discorre sobre o fato de que os mais virtuosos governantes, são aqueles que governam sem amor às glorias e ao dinheiro. Declara que uma cidade que surgisse baseada em homens bons, fugir-se-iam do poder, saberiam que não deveriam visar seus próprios interesses, mas sim daqueles que por eles são governados. A justiça alimenta a concórdia e a amizade e da injustiça nasce toda sorte de dissenções. Sendo deste modo a justiça uma virtude da alma humana, e a injustiça nada menos do que um vício pernicioso.

Já no mundo romano, temos Sêneca (4 a.C- 65 d.C), que viveu em um período de corrupção, violência e improbidades, bem semelhante ao que vivemos hoje. Sêneca propôs uma nova política, foi um grande representante do Estoicismo. Para ele a política deveria ser justa e humanitária, e evitar todas as formas de excessos, pois estes conduzem às injustiças. E a felicidade suprema seria alcançada por uma vida pautada nas virtudes, incluindo a vida política.

Na filosofia no fim do período moderno trago como expoente do tema político, Voltaire, em seu dicionário Filosófico de 1764, ele afirma que primordialmente a política do homem consiste em tentar igualar-se as relações existentes no meio natural entre os seres vivos, pois a natureza supre todos de suas necessidades. Para que o mesmo ocorra com a humanidade, seria necessário que a política fosse praticada por pessoas dotadas de gênio, que podem inventar todas as artes que promovam a longo prazo um certo bem-estar. Mas seria um trabalho feito com auxílio de toda sociedade, com mentes bastante abertas para compreender e instigadas para seguir as ideias daqueles dotados de gênio para os conduzir. Para Voltaire esse seria o único objetivo de toda política.

Na tradição judaico-cristã vemos que a política deve ser encarada na forma de uma missão dada por Deus aos seus servos, temos os exemplos de José no Egito, Moisés, o período dos juízes como Débora, Samuel e outros, até o período dos reis Davi e Salomão, e outro ainda que não tenham sido perfeitos, mostraram fidelidade a Deus, e na missão a eles incumbida por Deus. No livro de Filipenses lemos que nossa cidadania está no céu, e diante disso devemos trazer um pouco do céu para a terra, por meio de nossas ações pautadas no Evangelho. Em Provérbios lemos que os governantes que odeiam o ganho desonesto prologaram seu governo.

Agora esmiuçaremos a política ao longo da história humana.

A política na Pré-história

Há quem pense que a política só existe desde o advento da escrita, mas vou lhes mostrar como isso é um grande engano. Nossa espécie tem uma alta capacidade de interação social que supre a nossa fragilidade física por meio de uma sofisticada interação social. E estas envolviam sim, o exercício da política para obtenção de conforto para o grupo, seja alimentar ou relativo à segurança, por meio de atividades coletivas. E para gerenciar essas atividades existiam líderes que coordenavam os esforços por meio de sua relação de poder. Seu poder era conquistado por meio da força física, um guerreiro ou um caçador bem sucedido. Havia também a presença do conselho de anciãos que eram consultados pelo seu conhecimento e memória do grupo. Além é claro do líder religioso tribal, que por meio de consulta ao mundo metafisico aconselhava os líderes e anciãos. Na pré-história o que não existia era uma política estruturada que surgiria somente com as primeiras civilizações. 

A Política no mundo grego

A palavra política tem sua origem da palavra grega “politeia”, que era relacionado a tudo que era feito na “Pólis” que pode significar cidade, comunidade ou vida urbana. Neste sentido, determinava a ação empreendida pelas cidades-estados gregas para normalizar a convivência entre seus habitantes e com as cidades-estados vizinhas.

Para os filósofos gregos a política levava o homem a uma vida virtuosa, e a mesma seria o ponto mais alto da vida humana, só sendo considerada inferior a vida contemplativa dos sábios. Os filósofos forneciam a verdade para os governantes das cidades, para eles a política definia a essência do homem. Tanto a filosofia como a política estruturada e organizada, nasceram juntas na Grécia, no século VI a.C, mesmo que a política já estive engatinhando em outras civilizações anterior, como nas cidades de Jericó e Ur (centros urbanos desde +- 9.000 a.C). Há ainda algo de muito curioso sobre a política praticada nas Pólis, pois eles não entendiam a política como nós, para eles a política tinha como fim a justiça comum, e ainda havia uma tênue linha que separava a política da consciência mítica, pois a justiça almejada era relacionada as divindades.

Política no mundo romano

Podemos dividir a história da política romana em três etapas distintas, Monarquia (753-509 a.C.), República (509-27 a.C.) e Império (27 a.C.-476 d.C).

Monarquia

Desde a fundação de Roma por Romulo e Remo, descentes de Enéias, surgiu uma federação de aldeias. Sua estrutura social era formada pelos patrícios, descendentes dos fundadores de Roma, que eram os grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção dos patrícios e os plebeus, que não tinham a tradição dos fundadores, mas foram incorporados, ocupavam a base da sociedade: artesãos, comerciantes e pequenos proprietários.

A realeza romana surgiu como a realização política da função jurídico-religiosa de soberania, o rei acumulava funções executivas, judiciais, legislativas e religiosas.

A ratificação de leis era feita pela Assembleia das cúrias, composta por todos os cidadãos em idade militar, e o senado, ou "conselho de anciões", atuavam como conselho régio e escolhia novos reis. Na fase final da realeza, a partir do fim do século VII a.C., Roma foi dominada pelos etruscos. Eles influenciaram os romanos tanto na cultura, como na economia.

Esse período foi marcado pela ascensão, estruturação e domínio aristocrático, e seu poder político estava ligado à posse de terras, já que o direito ao voto e eleição ao senado era censitário, que é um voto por renda, ou seja, vota quem tem até um certo valor de renda estipulado.

República

Nesse período o poder executivo do rei passou para dois magistrados anuais, os pretores, chamados depois de cônsules. No início nada excluía os plebeus do consulado. Mas logo os patrícios confiscaram deles esse poder da magistratura. Isso gerou um conflito entre patrícios e plebeus. Os plebeus criaram então a assembleia da plebe, e foi estabelecido um tribuno que defendia seus interesses junto as estruturas aristocráticas (senado e magistrado). A assembleia da plebe era semelhante a um governo dentro do governo, ela elaborava leis, os plebiscitos que a principio afetava só a plebe. A luta entre patrícios e plebeus duro até o começo doo século III, com a vitória da plebe, que teve novamente acesso as magistraturas. A ascensão de uma elite plebeia com o desmoronamento da resistência patrícia deu origem a uma classe de dirigente comum, a nobreza.  E seu poder repousava no equilíbrio de três órgãos políticos que se controlavam mutuamente, os magistrados, o senado e a assembleia do povo. Mas todo o poder emanava do Senado, cidadela da nobreza.

Desse modo nem todos tinham as mesmas oportunidades. Hereditariedade e outros requisitos para cargos eram cruciais. Havia uma minoria que participava na totalidade da vida cívica e o restante da população, limitadas ao serviço militar.

Somente no fim da República é que começam as decisões arbitrárias, preparadas em segredo, sem discussão ou direito de apelação e foi exatamente isso um dos fatores que acabou na crise da República romana.

Na cidade de Roma a igualdade de direitos se dava segundo a capacidade jurídica de cada um nas esferas religiosas, financeiras, militares e políticas.

Segundo  Flavia Maria Schlee Eyler, em seu livro História antiga Grécia e Roma: A formação do Ocidente,  o lema dos romanos prega que, se aquilo que desejais impor aos vossos inferiores, vós decidis impor em primeiro lugar a vós mesmos e aos vossos, obtereis muito mais facilmente a obediência de todos. Há igualdade jurídica, mas não igualdade política.

Os séculos II e I a.C. são tidos como o período de crise da República romana.

Império

O poder migrou do senado para o imperador. Durante o império o poder dos magistrados e senadores foram reduzidos, os impostos antes cobrados por publicanos, agentes particulares que tinham lucro com essa atividade. Passaram a ser recolhidos pelo Estado, desse modo a arrecadação aumentou e diminuiu a exploração dos habitantes das províncias. Foi criado também um serviço de correio que permitiu controlar a administração com mais eficiência. Estabeleceu-se também uma nova ordem social, cujo critério principal era o econômico e não o de nascimento, os cidadãos teriam direitos proporcionais aos seus bens. Surge então três ordens sociais: a Senatorial, formada por cidadãos que possuíam uma grande fortuna, esses tinham privilégios políticos, os Equestres com uma fortuna inferior, podiam exercer alguns cargos públicos, e por fim os inferiores com uma riqueza abaixo dos Equestres não tinham direito algum. Houve uma pacificação dos territórios dominados, consolidação e proteção das fronteiras. O exército passou a uma força permanente, composta por profissionais. Foi um período de estabilidade política e social, a agricultura passou por um grande desenvolvimento, houve um grande apoio aos artistas. Nesse período foi conquistada a pax romana com Otávio que perdurou por 200 anos, até se iniciarem lutas internas pelo poder, e os ataques bárbaros que começaram a enfraquecer o império, muitos imperadores nesse período morreram violentamente, o que desestabilizou a ordem aos poucos. Em todos os três períodos romanos não podemos esquecer os escravos, os motivos que levavam a escravidão eram dívidas,  prisioneiros de guerra de povos conquistados, mas nunca focada em uma etnia. 

A política no Brasil Colônia


Governador geral Tomé de Souza

A administração política do Brasil foi desde o princípio um grande empreendimento português, com o objetivo de com o mínimo tirar o máximo da colônia. Toda relação era regida pelo pacto colonial, que somente permitia aos brasileiros comercializarem com Portugal. Nesse primeiro momento de nossa história vinculada a Europa, os primeiros representantes dessa administração política das capitanias hereditárias, os capitães donatários eram membros da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, todos muito próximos da coroa. Nenhum representante da grande nobreza estava entre os donatários. Os donatários tinham o monopólio da justiça, fundavam vilas, doavam sesmarias, alistavam colonos para fins militares. Após o fracasso das capitanias tivemos o governo geral, cujo administração conseguiu consolidar a colonização e melhor integrar a colônia ao sistema mercantilista europeu. O trabalho compulsório era uma das bases do governo colônia, sustentado sobre os ombros da mão de obra africana. A grande maioria dos lucros de tudo que era extraído do Brasil ia para coroa portuguesa, então desde nossa aurora conhecemos a exploração, pois o tipo de colonização estabelecida por Portugal no Brasil foi de exploração. Dessa forma todos os indivíduos que vieram da metrópole par cá, representavam os interesses da Coroa na colônia. Então as leis, impostos e as instituições presentes na colônia zelavam unicamente pelos interesses portugueses. A população tinha praticamente nenhuma autonomia para elaborar e impor direitos que se direcionavam aos seus próprios interesses. Verificamos dessa maneira que desde de nossa aurora fomos explorados pelos interesses das políticas colônias, com a diferença de agora sermos explorados por políticas nacionais que desprestigiam os próprios filhos de nossa terra.

Você quer saber mais?

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/3735590007579581

Linkedin

https://br.linkedin.com/in/construindohistoriahoje

Bibliografia

PLATÃO, A República de Platão: tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Editora Best Seller, 2002.

VOLTAIRE, AROUT, François-Marie. Dicionário Filosófico. São Paulo: Martin Claret, 2002.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

EYLER, Flavia Maria Schlee. História antiga Grécia e Roma: A formação do Ocidente. Editora Vozes, 2014.

ARRUDA, José Jobson de A; PILETTI, Nelson. Toda a História: história geral e história do Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1999.

Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1999.v.21. 

https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/politica.html acessado em 10 de janeiro de 2021.

https://www.todamateria.com.br/o-que-e-politica/ acessado em 10 de janeiro de 2021.

http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2014/07/organizacao-politica-na-antiguidade.html#:~:text=Durante%20a%20pr%C3%A9%2Dhist%C3%B3ria%2C%20os,forte%20e%20bem%20sucedido%20liderava. Acessado em 12 de janeiro de 2021.

https://descomplica.com.br/artigo/como-surgiu-a-politica/4nB/#:~:text=Filosofia%20e%20pol%C3%ADtica,o%20que%20h%C3%A1%20de%20melhor. Acessado em 12 de janeiro de 2021. 

 "A humildade é o principio de toda sabedoria!"

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Um breve resumo da Pré-história

Autor: Leandro Claudir Pedroso

Idade da Pedra

Paleolítico: 2,5 m.a.a (milhões de anos atrás) até 12 mil AP (Antes do Presente). Surgimento do Homo habilis (primeira espécie humana) na África. Termina com a substituição da economia baseada em caça, pesca e coleta para produção de alimentos e criação de animais.

Paleolítico Inferior: 2,5 m.a.a até 300 mil AP.

Inicia com o surgimento do Homo habilis, e termina com o surgimento do Homo sapiens neanderthaliensis.

Homo habilis, desenvolve cultura material e sistemática. Capacidade craniana de 750 cc (centímetros cúbicos), pesavam em torno de 40 Kg. Sua indústria lítica era a Olduvaiense, eram necrófagos (carniceiros).

Homo erectus, também surge na África neste período. Instrumentos líticos, ossos de animais, estruturas de habitação, produção de instrumentos, vida em sociedade. Surgiu a 1,5 m.a.a até 300 mil AP, possuía uma capacidade craniana de 1100 cc e tinha uma estatura de 1,70 m. Sua indústria lítica era a Acheulense, confecção de instrumentos (lanças endurecidas), expansão para regiões mais frias, defesa contra predadores, agregador social. Dominaram em 1,4 m.a.a. Caminhavam grandes distâncias, cozinhavam tubérculos, nem todos os grupos erectus utilizavam o fogo e nem todos tinham lanças com pontas endurecidas.

Principal atividade do Paleolítico Inferior era a obtenção de alimentos, caça, coleta de frutas, raízes, tubérculos e sementes.

Paleolítico Médio: 300.000 AP até 40.000 AP.

Inicia com o surgimento do Homo sapiens neanderthalensis (desenvolve-se na Europa e Oriente Médio) em torno de 300.000 AP. Neste período também surge o Homo sapiens arcaico (África e Ásia). A característica deste período que justifica o sapiente no nome das espécies hominídeas é a Cultura Imaterial (religiosidade).

Também surgiu na África nesta mesma época o Homo sapiens sapiens, há mais ou menos 10.000 anos AP. Sem grandes distinções culturais até as mudanças climáticas da transição do Pleistoceno para o Holoceno teve que se adaptar, seu processo cultural fica significativo a partir de 40.000 AP no início do Paleolítico Superior.

Homo sapiens Neanderthalensis:  1,65 m de altura, 1450 cc de capacidade craniana (mesmo do sapiens sapiens), utilizava a técnica de lascamento Levallois e Mustierense.

Homo sapiens arcaico: iniciou o Paleolítico Médio com sua indústria lítica vinculada a Acheulense (do Homo erectus), mas gradativamente passou para a Mustierense, no Norte da África usou a Ateriense. Praticavam necrofagia. Tinham as mesmas características físicas do Homo sapiens neanderthalensis, com a diferença de serem mais altos e menos corpulentos. Caçavam animais de pequeno porte e sepultavam seus mortos. Sua economia era baseada na caça, coleta e pesca. No final do Paleolítico Médio a caça já estava especializada, caçavam manadas de herbívoros. Seus acampamentos eram próximos de água e afloramentos rochosos, onde retiravam matéria prima para seus instrumentos, utilizavam também grutas como acampamentos. Em sítios a céu aberto construíam cabanas rusticas, havia divisão de tarefas por meio do sexo, homens caçavam e mulheres coletavam, cuidavam de seus feridos e enfermos. Possuíam um elevado grau de consciência social e solidariedade, tinham agrupamentos familiares presentes no Paleolítico Superior, mas poderiam existir desde o Médio.      

A cultura imaterial define o Paleolítico Médio, neste período os grupos humanos sapiens sepultavam seus mortos e mais ou menos em 100.000 A.P começaram a preparar os corpos para sepultamento, estabeleceram locais específicos para sepultamento (cemitérios) no fundo de cavernas, realizavam ritos fúnebres com oferendas de flores.

Neste período houve o desenvolvimento de arte móvel com objetos decorados. O Homo sapiens sapiens conviveu por 60.000 anos com os Neanderthais e os Sapiens arcaicos. Mas com o domínio dos Sapiens sapiens os outros grupos humanos foram desaparecendo até a extinção.

Paleolítico Superior: 40.000-12.000 AP

O Homo sapiens sapiens é a espécie dominante, sua produção tecnológica está vinculada as mudanças ambientais, e justamente a produção tecnológica lítica é o marco deste período. Os humanos começaram a observar o ciclo da vida dos animais e plantas, os grupos de caçadores-coletores já dominavam técnicas de cultivo e pastoreio, mas por várias razões não viviam delas. Sua economia era baseada inicialmente na caça e progressivamente complementada com a pesca e coleta de mariscos.

Culturas:

Cultura Chatelperronense (Europa): de transição para o Paleolítico Superior, instrumentos elaborados incluíam buris, facas, cinzéis e outras ferramentas leves.

Cultura Aurinhacense (Oriente Médio, Ásia, Norte da África): 40.000 A.P, relacionada também ao homem de Cro-magnon.

Cultura Gravettense: relacionada a arte rupestre e arte móvel.

Cultura Salutrense (Oeste da Europa): 20.000 – 15.000; período mais frio da última glaciação. Objetos finamente talhados, pontos bifaciais feitos com percussão talha lítica e pressão descamação, as batidas eram feitas com bastões de chifres ou madeiras.

Cultura Madalenense: pontas de projeteis microcristalinos, surgimento dos propulsores de lança (azagaia). Os povos desta cultura estocavam sementes. Utilizavam as úmidas cavernas como locais de rituais, cozinhavam alimentos, mas também ingeriam crus, possuíam assentamentos de curta duração, o esquartejamento da caça indicava a distribuição de carne e a solidariedade social, possuíam adornos corporais.

Arte rupestre ou parietal (pintura de paredes): era o suporte para ritos religiosos, eram realizadas em abrigos sob rochas e cavernas.

No final do Paleolítico Superior já tinham o domínio das técnicas de domesticação de plantas e animais.

Mesolítico: 30.000 – 9.000 AP

Período de transição da economia baseada na caça, pesca e coleta, para a produção de alimentos e criação de animais. Esse processo de transição ocorreu ainda o Paleolítico Superior, por isso muitos pesquisadores preferem usar o termo Paleolítico Superior Final.

Neolítico: 12.000 – 5.000 AP

Inserção de ferramentas e instrumentos que facilitam agricultura e pastoreio. Produção de alimentos e domesticação de animais, passam a viver de agricultura e pastoreio, coleta e caça completam a economia. O Mesolítico havia sido concluído, a transição foi efetivada para a agricultura.

A transição do Pleistoceno para o Holoceno gerou mudanças climáticas, alterando flora e fauna, tais mudanças influenciaram diretamente o modo de vida do homem.

Produção de alimentos

Processo muito gradativa, quando ocorre a transição caçador-coletar para produção de alimentos, vislumbramos um novo período. Domesticação de plantas começou com o conhecimento. Difusão da agricultura e muitos casos fruto da dispersão dos agricultores e não pela propagação de ideias. Caçadores coletores eram botânicos por experiência com enorme conhecimento botânico. Muitos grupos apesar de terem condições de ampliar a produção de alimentos, optaram por continuar com a economia baseado na caça e coleta.

Domesticação de animais

Observação e conhecimento das espécies caçadas. Domesticar não significa amansar e sim alterar a genética, o habitat e o comportamento do animal.

Domesticação preferencial de animais mais jovens.

Castração dos considerados ineptos.

Selecionar os que irão cruzar.

Etapas da domesticação: 1- cativeiro, 2- criação.

Não tinham apenas em mente a obtenção de carne para consumir, mas também em ter mais peles, lãs, leite e outros derivados destes.

O motivo que levou estes grupos a necessidade de capturar e depois criar animais deve estar relacionada a redução da caça do final do Pleistoceno, ocasionada pela mudança climática.               

Diante das espécies caçadas, começaram a criar os animais. Começou como um complemento e foi aos poucos se tornando a economia principal. Os caçadores do Paleolítico Superior já eram botânicos e zoológicos experientes, mas tinham outras alternativas para se alimentar na caça coleta que ainda era abundante. Tecelagem, polimento de certos artefatos líticos. Agora o estilo de vida sedentário predominava.

Da produção de alimentos aos Estados

Agricultura

Pastoreio

Olaria

Tecelagem

Polimento de artefatos líticos.

Sedentarismo.

Aldeias com crescente divisão entre categorias sociais. Surgiram especialistas, resultado direto do sedentarismo e da divisão de tarefas (criador de animais, oleiro, tecelão etc). Divisão do trabalho relacionado ao sexo. Mulheres trabalhavam olaria, cestaria e até certo momento a agricultura, com a invenção do arado, a agricultura e criação de animais passou a ter atividade do homem. O chefe a ser o monarca, passando a ter funções militares e com cargo hereditário. A agricultura pós fim a solidariedade, substituída pela competição e pela posse de maior número de recursos. Cada agricultor com seu campo, gado, casa e utensílios. Sepultamentos dentro da casa, não mais em cemitérios comuns. Junto a propriedade privada veio a pilhagem, roubo, guerras e saques. Surge a classe de guerreiros profissionais.

O desenvolvimento das aldeias para cidades foi determinado por três fatores: Primeiro foi uma serie de invenções e avanços técnicos posteriores a produção de alimentos, como irrigação, drenagem, arado, meio de transporte aperfeiçoado. Segundo foi o fim da autossuficiência da aldeia neolítica. E terceiro a concentração de poder econômico e político nas mãos da classe militar e sacerdotal.

Você quer saber mais?

PUHL, Juliane Maria. Pré-história. Canoas: Ed. Ulbra, 2013.

COTRIM, Gilberto. História Geral: Brasil e Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.

ARRUDA, José Jobson de A; PILETTI, Nelson. Toda História. São Paulo: Editora Ática, 1999. 

     

sábado, 13 de junho de 2020

Pré-história? Era da Agricultura!



Apesar de necessária para a compreensão e o estudo da história, há muitas críticas quanto à periodização clássica utilizada. Uma dessas críticas, diz sobre o período da vida humana anterior à chamada Idade Antiga, que corresponde, aliás, a milhões de anos. Dentro de uma concepção estreitamente relacionada ao positivismo ou à história-relato, esse enorme período é denominado, nos livros, Pré-história. Define-se que a História só tem inicio com a invenção da escrita. Mas, então – pode-se questionar, povos sem escrita (ágrafos) não têm história? É evidente que possuem História, pois não apenas documentos escritos dispõe o historiador. Se determinado grupo humano não chegou a criar símbolos reconhecidos como forma de escrita para registrar os acontecimentos de sua vida, isso não impede que tenhamos condições de compreendê-la. Afinal, esse grupo deixou uma infinidade de outros documentos: instrumentos de trabalho, joias, brinquedos, entre outros, com os quais o historiador pode elaborar a sua pesquisa.­


No seguinte texto será justificada a nova nomenclatura dada a Pré-história a partir do olhar da teoria histórica da Escola de Annales.

Baseados nos dados analisados teremos como nome ao período “Era da Agricultura”, devido a grande importância que a agricultura teve para a evolução humana desde seu descobrimento no período Neolítico, a mesma permitiu ao ser humano andar em grupos mais numerosos, já que no período Paleolítico nós simplesmente comíamos oque encontrávamos o que impedia que andássemos em grandes grupos, pois a comida acabava muito rápido se houvesse muitas pessoas juntas no mesmo lugar. A agricultura também permitiu termos moradias fixas e a criação de animais, pois agora plantávamos oque comíamos, impedindo que houvesse falta de alimentos. O que mais tarde desencadeou na Idade dos Metais, as organizações sociais, sendo mais numerosas ainda, dando início também à fabricação de ferramentas e armas de metais.

Ao fim concluímos que a agricultura levou o ser humano a capacidade de inúmeras evoluções e descobrimentos que levaram a sociedade ao que é hoje, sendo um grande marco para nossa espécie, está mais do que justificado chamarmos esse período de “Era da Agricultura”.

Autora: Isabel Cristina S. Pedroso, colaborada do Construindo História Hoje.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

O CONTROLE DO FOGO DIANTE DA REALIDADE HUMANA



A
lguns acreditam que a civilização humana começou quando o homem conseguiu produzir e controlar o fogo para seu benefício. Antes disso, o fogo era visto como algo terrível e destruidor. Eventualmente, humanos, em diversas partes do planeta, descobriram que pequenos fogos controlados, ou fogueiras, podiam trazer conforto quando fazia frio e ajudar a enxergar no escuro. Passaram a reunir-se ao redor de fogueira. Logo descobriram que alimentos preparados no fogo tinham melhor gosto e duravam mais, e também que o fogo ajudava durante a caça e servia como defesa contra predadores. Por volta de 500.000 a.C., métodos pra se criar fogo foram descobertos quase ao mesmo tempo em várias partes do mundo. Os métodos mais antigos incluem diversas técnicas de fricção, como esfregando dois gravetos. Na América do Norte, as tribos iroquois e inuit (esquimós) desenvolveram instrumentos bastante eficientes que criavam fogo com facilidade.
Com o controle do fogo, o homem pôde amenizar as duras condições de vida impostas por uma natureza muitas vezes hostil e dar um passo decisivo na luta pela sobrevivência. Os alimentos passaram a ser cozinhados. A iluminação e o aquecimento dos locais frios e escuros tornaram mais fácil a permanência nas cavernas. A defesa contra os animais ferozes tornou-se mais eficaz. O fabrico de instrumentos aperfeiçoou-se. A utilização do fogo provocou ainda alterações físicas, demográficas e sociais na vida das primeiras comunidades.
Nossos ancestrais levaram milhares e milhares de anos para conseguir o domínio do fogo. Não foi tarefa fácil. O ato “ridiculamente simples” de acender um fósforo representa a luta e o esforço de milhares de indivíduos ao longo de milhares de anos. Não é possível precisar as circunstâncias exatas em que se deu esse grande passo da humanidade. É provável que não tenha sido um evento isolado. É mais plausível supor que o domínio do fogo tenha sido conquistado e perdido várias vezes ao longo das gerações e em lugares e circunstâncias diferentes.
Isso não importa num sentido mais amplo, podemos perfeitamente retratar essa grande conquista pela história de Uga, “o deus dos macacos”. A luta do homem com a natureza hostil e contra seus próprios temores do desconhecido de ter sido fenomenal. Não fosse a coragem ou curiosidade de um Uga ou, quem sabe, um raio fortuito (;)) é que quase certo que você não estaria hoje lendo essa página. É provável inclusive que você sequer existisse ou fosse, ainda, apenas um outro Uga, ou talvez nem isso.
 Foi o fogo que deu ao homem pré-histórico o poder de realmente dominar outros animais. Foi graças ao fogo que o homem pôde sair de seu ninho seguro para desbravar o planeta. Foi o fogo que permitiu ao homem sobreviver aos rigores do tempo. Foi o fogo que permitiu ao homem desenvolver uma tecnologia, fundir metais, vidros e cozer alimentos. Sem o fogo, continuaríamos eternamente na pré-história ou, quem sabe, teríamos sido simplesmente extintos por animais mais fortes e adaptados ao meio.
Parece estranho, quase um absurdo, que uma simples tocha de madeira tenha feito tamanha diferença. Mas é exatamente esse o ponto. São as pequenas diferenças que fazem o grande mistério do Universo.

Leandro Claudir Pedroso

Você quer saber mais?


Biehl, Luciano Volcanoglo. A Ciência Ontem, Hoje e Sempre, Canoas: Editora da Ulbra, 2008.

Popper, Karl. A Miséria do Historicismo. São Paulo: Cultrix, 1980.

Capra, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Cultrix, 1997.

Capra, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo: Cultrix, 1986.

CRO-MAGNON DAS ILHAS CANÁRIAS



O
 Museu das Canárias, na Ilha Grã-Canária, se orgulha de possuir a maior coleção do mundo de crânios do homem de Cro-Magnon.  Interessante também é o terraceamento para agricultura em torno de elevações arredondadas pela erosão, de origem desconhecida, que se encontra por todas as ilhas.
Na Ilha Tenerife existe um complexo piramidal feito de pedra negra vulcânica. As técnicas de arquitetura e engenharia empregadas na construção dessas pirâmides de seis “degraus” são similares àquelas encontradas no México, no Peru e na antiga Mesopotâmia.
Os arqueólogos da Universidade de La Laguna e o Dr. Thor Heyerdahl provaram que as estruturas são obra humana. A escavação revelou que elas foram erguidas sistematicamente com blocos de pedra, cascalho e terra. Escadas construídas cuidadosamente no lado oeste de cada pirâmide levam ao cume, uma plataforma perfeitamente plana, coberta de cascalho. Descobriu-se que o principal complexo piramidal, inclusive as esplanadas diante delas, é astronomicamente orientado para o poente no solstício de verão da mesma maneira que as pirâmides do Egito foram orientadas segundo os pontos cardeais.
Quem as construiu é um mistério, e nenhuma teoria é empurrada à força aos visitantes da cidade de Guimar e suas pirâmides. Um cartaz com um único ponto de interrogação rotula a exposição:
“OS HABITANTES CONHECIDOS MAIS ANTIGOS DE TENERIFE SÃO OS GUANCHES (hoje em dia extintos como cultura), QUE NÃO SABIAM DIZER QUANDO AS PIRÂMIDES FORAM CONSTRUÍDAS NEM POR QUEM”.
Entretanto, como veremos, os guanches provaram ser um elo cultural entre sociedades antigas e modernas. Quando os primeiros europeus modernos chegaram às Ilhas Canárias durante o início do século XIV, ficaram surpresos com as características físicas de seus habitantes guanches, que não eram muito diferentes daquelas das populações brancas nas regiões ao sul do Mediterrâneo. Investigadores do século XX ficaram ainda mais surpresos pela similaridade entre os esqueleto do homem de Cro-Magnon de 40 mil anos encontrado na Dordonha, França, e os restos mortais dos guanches.  Alguns pesquisadores acreditam que as similaridades não eram apenas físicas, mas também culturais como evidenciam as pinturas nas cavernas em Gáldar, Belmaco, Parque Cultural La Zarza e Los Letreros, por exemplo. Assim como as culturas Cro-Magnon, os guanches adornaram as cavernas com zigue-zagues, quadrados e símbolos espirais usando tinta vermelha ou preta. Os guanches continuaram pintando cavernas até o século XIV.

De acordo com a antropóloga alemã Ilse Schwidetzky, as Ilhas Canárias oferecem um extraordinário campo para investigações antropológicas. A população pré-histórica que vivia lá enterrava seus mortos em cavernas, o que proporcionou um material extraordinariamente abundante no que diz respeito a esqueletos. A despeito do fato de que os guanches não existem mais como cultura, grupos pré-hispânicos sobreviveram até o presente, mesmo depois do processo de cristianização e aculturação. Vários estudiosos dedicaram-se a identificá-los nos séculos XVIII, XIX e XX.

Em um estudo de 1984, o professor Gabriel Camps, da Universidade de Provença, foi bastante explícito quando à questão de identificar corretamente os naturais das Ilhas Canárias e seus predecessores. Nessa pesquisa, ele concentrou-se na antiga população Cro-Magnon da África do Norte, à qual ele se referia especificamente como iberomaurusianos. Esses iberomaurisianos eram uma cultura de 16 mil anos de idade do noroeste da África, que habitavam a planície costeira e o interior do que são hoje a Tunísia e o Marrocos. Viviam da caça do gado selvagem, gazelas, antílopes e carneiros-da-Barbária, e da coleta de moluscos. Hoje em dia, características físicas Cro-Magnono são raras nas populações da África do Norte. As características gerais ali pertencem a diferentes variedades de tipos mediterrâneos. No máximo, o grupo com características semelhantes às do homem de Cro-Magnon representa 3% da atual população do Magreb (Marrocos, Argélia e Tunísia). Mas são muito mais numerosos nas Ilhas Canárias.

O termo “iberomaurusiano” se refere à fabricação de implementos no final da Idade do Gelo caracterizados por ferramentas e armas de pedra menores, se comparadas às das culturas anteriores, e que apresentam pequenas lâminas com uma das extremidades sem corte, para que fosse possível segurar o instrumento daquele dão, ao manuseá-lo.  Os fabricantes dessas ferramentas estavam presentes em muitos pontos do Magreb africano, como AfalouBou-Rhummel, La Mouillah, Caverna Taza I e Taraforalt, entre 20 e 10 mil anos atrás. Muitos desses sítios encontram-se aglomerados em cavernas e abrigos rochosos ao longo do litoral do Magreb. Tinham esqueletos fortes que se pareciam como do Cro-Magnon europeu, embora tivessem as feições mais duras e outros tipos de diferenças. As origens do Cro-Magnon da África do Norte são desconhecidas. Estudiosos sugerem que eles tenham vindo da Europa, oeste da Ásia, ou de outro ponto da África, ou que tenham se desenvolvido na própria África do Norte. Eram relativamente altos (1,73 m para os homens e 1,62 m para as mulheres), e possuíam feições muito marcantes, rosto largo e forte, e um crânio alongado e estreito. Esse tipo de conformação craniana é referida como dolicocéfalo.

Leandro Claudir Pedroso

Você quer saber mais?


MALKOWSKI, Edward F. O Egito Antes dos Faraós: e suas misteriosas origens pré-históricas. São Paulo: Editora Cultrix, 2010.

Egito Antigo. Disponível em: http://www.eurekabooking.com/en/guide/spain/guimar/photos.html. Acessado em janeiro de 2014.



sexta-feira, 4 de maio de 2018

Pré-história? Era da Agricultura!



Apesar de necessária para a compreensão e o estudo da história, há muitas críticas quanto à periodização clássica utilizada. Uma dessas críticas, diz sobre o período da vida humana anterior à chamada Idade Antiga, que corresponde, aliás, a milhões de anos. 

Dentro de uma concepção estreitamente relacionada ao positivismo ou à história-relato, esse enorme período é denominado, nos livros, Pré-história. Define-se que a História só tem inicio com a invenção da escrita. Mas, então – pode-se questionar, povos sem escrita (ágrafos) não têm história? 

É evidente que possuem História, pois não apenas documentos escritos dispõe o historiador. Se determinado grupo humano não chegou a criar símbolos reconhecidos como forma de escrita para registrar os  acontecimentos de sua vida, isso não impede que tenhamos condições de compreendê-la. Afinal, esse grupo deixou uma infinidade de outros documentos: instrumentos de trabalho, joias, brinquedos, entre outros, com os quais o historiador pode elaborar a sua pesquisa.

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Era da Agricultura



No seguinte texto será justificada a nova nomenclatura dada a Pré-história a partir do olhar da teoria histórica da Escola de Annales.

Baseados nos dados analisados teremos como nome ao período “Era da Agricultura”, devido a grande importância que a agricultura teve para a evolução humana desde seu descobrimento no período Neolítico, a mesma permitiu ao ser humano andar em grupos mais numerosos, já que no período Paleolítico nós simplesmente comíamos oque encontrávamos o que impedia que andássemos em grandes grupos, pois a comida acabava muito rápido se houvesse muitas pessoas juntas no mesmo lugar. 

A agricultura também permitiu termos moradias fixas e a criação de animais, pois agora plantávamos oque comíamos, impedindo que houvesse falta de alimentos. O que mais tarde desencadeou na Idade dos Metais, as organizações sociais, sendo mais numerosas ainda, dando início também à fabricação de ferramentas e armas de metais.

Ao fim concluímos que a agricultura levou o ser humano a capacidade de inúmeras evoluções e descobrimentos que levaram a sociedade ao que é hoje, sendo um grande marco para nossa espécie, está mais do que justificado chamarmos esse período de “Era da Agricultura”.

Autora: Isabel Cristina, colaborada do Construindo História Hoje.

Todos os direitos reservados ao Construindo História Hoje 2018.

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domingo, 10 de julho de 2016

Pirâmide de Gunung Padang na Indonésia



Esquecida no pequeno vilarejo de Karyamuki, na Indonésia, encontra-se a pirâmide de Gunung Padang. Recebeu esse nome pois, durante milênios, os moradores locais acreditaram que a pirâmide seria uma montanha sagrada. Gunung Padang significa Montanha da Luz ou Montanha da Iluminação.

Nas últimas décadas, cientistas começaram a realizar estudos na área com o auxílio de uma avançada aparelhagem tecnológica e chegaram à conclusão de que a montanha era, na verdade, um monumento construído pelo homem no formato de uma pirâmide.

Inicialmente, a equipe científica responsável pela realização dos testes em Gunung Padang foi recebida com hostilidade pelos moradores locais. Na concepção deles, os cientistas estariam profanando o local sagrado e deveriam abandonar a pesquisa.

Felizmente, os estudos continuaram e, em 2005, os primeiros resultados dos testes de datação do local foram publicados causando alvoroço na comunidade científica. Gunung Padang teria sido construída por uma sociedade humana há mais de 5000 anos atrás.



Em busca de aprimorar os teste de datação da pirâmide, os cientistas empreenderam uma série de perfurações no solo para coletar amostras com uma maior qualidade.

À medida que a perfuração continuava, eles obtinham resultados que colocavam Gunung Padang com uma idade cada vez mais avançada chegando até a incrível marca dos 23 mil anos. Esses dados fariam dessa pirâmide a estrutura megalítica mais antiga construída pelo homem.



Sundaland

Sundaland é o nome dado a uma grande área do continente asiático, duas vezes maior do que a Índia, englobando a Indochina, Malásia e Indonésia.

Atualmente, a sua maior parte encontra-se submersa, representada pelo Mar do Sul da China, o Golfo da Tailândia e o Mar de Java.

Os estudiosos de Gunung Padang acreditam que a pirâmide foi construída por uma sociedade avançada que teria vivido nessa região durante um longo período, antes de ser totalmente destruída por eventos cataclísmicos durante a época conhecida como a última era do gelo.




Repercussão Internacional

Essa descoberta não pode ser explicada de acordo com o paradigma histórico atual cujo enredo afirma que o mundo nesse período era habitado apenas por pequenos grupos sociais primitivos compostos por caçadores nômades incapazes de estabelecer um sistema organizado para construção de tais monumentos.

nenhuma surpresa, aqueles proclamados como “autoridades científicas” encontraram argumentos para desacreditar tais teorias, afirmando que os testes foram realizados de forma errônea.

Ao mesmo tempo em que as pesquisas em Gunung Padang estão apenas na sua caminhada inicial, uma grande batalha jurídica está acontecendo liderada por um lobby de arqueólogos que visa impedir o andamento das escavações.



Por outro lado, os políticos da Indonésia aparentam estar bastante satisfeitos com a descoberta. As investigações estão sendo financiadas pelo governo e provar a autenticidade da idade do local tornou-se uma tarefa d de âmbito nacional.

Segundo o geólogo Danny Hilman:

Isso é imenso. As pessoas pensam que a idade pré-histórica era primitiva, mas esse monumento prova o contrário.

Composição da Pirâmide

À primeira vista, o monumento aparenta ser composto por uma série de plataformas conectadas através de um conjunto de sucessivos degraus.

Um estudo realizado em 2013 descobriu colunas de andesito de origem artificial esculpidas no interior da pirâmide criando uma intrincada rede de câmaras subterrâneas e corredores.

Também foi detectada uma substância similar ao cimento, com uma composição de 45% de ferro, 41% de sílica e 14% de minerais diversos.