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domingo, 30 de agosto de 2020

Germinal de Émile Zola

 


Boa noite, mentes ávidas do amanhã!

Alguém já leu o livro Germinal de Émile Zola?

Li está obra em 2014, retrata o processo de desenvolvimento (germinação) das greves e das lutas dos trabalhadores das minas de carvão da França. Os acontecimentos se dão durante o século XIX, num período em que a França começou a se industrializar e o uso do carvão mineral (hulla) era muito empregado pelas empresas.

Mostra à exploração dos trabalhadores, crianças, mulheres e velhos que trabalhavam até 15 horas por dia com salários baixíssimos que mal dava para comprarem pão.

No seio desta população explorada germina o espírito da greve, único meio de se defenderem da burguesia industrial ascendente.

Hoje estou assistindo o filme baseado na obra de Emile Zola e indico aos amigos, pois não devemos esquecer do suor e sangue deste povo trabalhador e tão desvalorizado em sua época como também na atualidade!

Você quer saber mais?

Currículo Lattes

http://lattes.cnpq.br/3735590007579581

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https://br.linkedin.com/in/construindohistoriahoje

Livro Germinal

http://www.livrosgratis.com.br/download_livro_114786/germinal

Filme Germinal

https://filmescult.net/germinal-1993/

segunda-feira, 20 de julho de 2020

TRABALHO AMÉRICA III. POLIGRAFO O CAPITALISMO DIFÍCIL , CAPITÚLO 1-3, pg. 113-129.



  Elabore uma síntese do pensamento de Octavio Ianni, acerca do Imperialismo e as relações de dependência nele implicadas. Em seu texto procure deixar claro as questões de ordem empírica, levantadas pelo autor e as questões teórico-metodológicas.

Octavio Ianni, demonstra que o malogro da política de desenvolvimento econômico destinada a elaborar um capitalismo nacional na América Latina, levou também ao fracasso da política de interdependência ou capitalismo associado. Esses malogros levaram segundo aponta o autor as instabilidades políticas latino-americanas que culminaram com a deposição de presidentes de várias nações. Nesse mesmo contexto encaixam-se as mudanças nas políticas da econômica da América Latina em relação ao livre comercio principalmente com os Estados Unidos. A problemática da dependência esta ligada diretamente como esclarece Octavio Ianni, a brecha econômica e científico-tecnologica, entre o mundo em desenvolvimento e as nações desenvolvidas. Segundo observado no texto a noção de dependência não substitui a de imperialismo ao contrario uma se desdobra na outra se integrando ambas tanto empírica como teoricamente.

Analisando o imperialismo este sempre esteve ligado às perspectivas oferecidas pela nação dominante, sejam nos processos econômicos e políticos como analisa o autor. Os estudos baseados nesses pressupostos procuram demonstrar a relação capital entre os países industrializados e os produtores de matérias-primas. Com  à atuação dos processos econômicos resultantes da Revolução Industrial levaram ao Capitalismo monopolístico em conseqüência aliasse aos interesses do governo metropolitanos. O resultado foi à criação dos impérios, como o britânico e outros. Visando barrar o avanço desses novos impérios econômicos os Estados Unidos elabora a Doutrina Monroe dentre outras, com o objetivo de proteger seus interesses na América Latina. Nesse contexto desenvolvesse as noções entre os países industrializados e os exportadores de matéria prima e todos os demais princípios antagônicos entre países dependentes e metrópoles. Mas o imperialismo prolonga-se internamente na própria nação dominante, pois os mesmos fundamentos governam sua política interna como explica Octavio Ianni. Um exemplo no próprio Estados Unidos é a clara distinção entre as cidades do sul aonde a grande maioria da população formada por negros, descendente de mexicanos ou porto-riquenhos é onde impera a pobreza, miséria e o abandono em relação ao governo. Em contradição nas cidades do norte prevalece uma maioria branca aonde a riqueza, luxúria e amparo do governo estão presentes. O motivo: uma sociedade de classes existente dentro do próprio Estados Unidos. Neste colonialismo interno encontramos os mesmos processos que levam ao imperialismo.
A alienação cultural das nações dominadas pelo imperialismo ocorre pelo controle e manipulação das massas através da mídia como demonstra o autor. É um dos fatores que os coloca diante da dependência estrutural, a forma como o imperialismo se insere no interior da nação subordinada, gerando conseqüências sociais, culturais e também psíquicas provocadas pela própria situação de dependência. Em resumo Octavio Ianni nos mostra que o imperialismo deve ser examinado em todas as suas dimensões principais, para compreendermos as contradições que produz e desenvolve em âmbito global.

O autor aponta a dependência estrutural como característica das sociedades latino-americanas porque historicamente e constitutivamente sempre foram dependentes. Foram criadas como colônias organizadas para atender os interesses mercantilistas das metrópoles.  Sua independência foi devido ao surgimento de uma força política e econômica interna e ao fim do mercantilismo. Sua independência política não foi seguida da econômica, pois passaram a funcionar conforme os interesses ingleses que investiram em suas “independências”. Com a expansão dos Estados Unidos para o sul eliminava a presença inglesa e estabelecia suas políticas de imperialismo na América Latina. Dentro desse sistema de dependência estrutural criada no sistema imperialista formam-se grupos parasitários que se utilizam de situações criticas em suas próprias nações para obter vantagens particulares dentro do sistema de relações de dependência.
Como demonstra o autor às classes dominantes nativas nunca se libertaram politicamente devido as intervenções externas sejam militares, diplomáticas ou econômicas devido a sua correlação com o fluxo da taxa do dólar e da libra esterlina.
Em resumo as sociedades latino-americanas não conseguiram superar a contradição entre sociedade nacional, por um lado, e economia dependente, por outro.

Leandro Claudir Pedroso

quarta-feira, 25 de março de 2020

Resumo do livro “As Crônicas de Nárnia” volume único. Parte IV.





Leandro Claudir Pedroso

            Seguimos agora com mais uma parte do resumo do livro “As Crônicas de Nárnia”, espero que estejam gostando deste meu humilde trabalho, pois sei que muitos não possuem tempo para ler livros extensos, e na dúvida acabam nem começando algumas leituras por não conhecerem bem o livro. Vejo nos resumos e resenhas uma luz para estes amantes da leitura que não podem dispender de muito tempo para as mesmas. Iniciemos então mais uma parte....

            As crianças são ajudas pelo recém transformado em cavalo alado, Pluma. Ele irá conduzi-las até a montanha onde está o jardim, ao chegar lá deverão cumprir a missão dada por Aslam. Voando com Pluma a viagem ficará mais curta, e ao chegarem lá encontram o jardim cercado por uma cerca de relva, com um portão feito de ouro que possuí uma placa contendo um alerta que dizia: “quem ali entrar deverá pegar a fruta para outro e não para si.”

            Somente Digory entra no jardim, lá encontra várias árvores e no centro da macieira, ele pega uma maça e coloca no bolso para levar, mas ao ir em direção a saída se depara com a rainha Jadis, sentada no chão comendo uma maça, todo seu orgulho está expresso em si. Mas seu semblante é pálido, como no alerta da entrada ela está sendo consumida pelo seu próprio desejo de poder.

            Jadis vê Digory e tenta convencê-lo a levar a maça da eterna juventude para sua mãe que se encontra mortalmente doente. Digory resiste as investidas malignas da rainha e volta o mais rápido possível para Aslam e entrega a maça para ele, Aslam pede que enterre a maça. Nesse meio tempo o grande Leão coroa o ex-cocheiro como Rei Franco de Nárnia e sua esposa como Rainha Helena, após a coroação resplandecem de coragem e bondade.


            Tio André encontra-se preso em uma gaiola feita de árvores, o Leão Aslam estão explica a Digory que tudo continuará crescendo rapidamente ali por algum tempo, mas depois irá parar. Também explica que seu tio André está separado dele por seus pecados e não consegue ouvir sua voz, somente seus rugidos, não podendo deste modo ser consolado por ele, e para acalma-lo faz  com que caia em um sono profundo. Enquanto isso, a maça plantada por Digory, cresce e transforma-se em uma frondosa macieira que protegerá Nárnia da feiticeira com seu perfume. Com o tempo a feiticeira tornar-se-á mais forte, mas sua eternidade lhe será por tormento.

            Aslam explica que ao plantar a maça o que importa é a intensão do coração de quem a planta, se a intensão fosse má, Nárnia se tornaria como Charn, um império poderoso e cruel. Por que a feiticeira comeu um dos frutos do jardim com a intensão má, não poderá se aproximar desta árvore plantada com intensão boa.

            O grande leão entrega para Digory uma maça que acabou de nascer da macieira e diz para o menino entregá-la para sua mãe, que ao comê-la ficará curada. Então leva Digory, Polly e tio André para o “Bosque entre dois mundos” e lá deixa uma alerta para eles: o que aconteceu em Charn poderá acontecer no mundo dos filhos de Adão se não se mantiverem no caminho do bem. Não há mais lago para Charn, em seu mundo algum tirano poderá descobrir também a palavra execrável e leva-lo ao mesmo fim! Pede às crianças que enterrem os anéis. Aslam envolve todos em sua face de luz, todos sentem bondade e paz, e em minutos estão novamente em Londres, mas era como se a confusão cauda pela feiticeira em frente a casa do tio André acabasse de acontecer.

            Digory leva a maça correndo para sua mãe Mabel que está muito debilitada, ela come a maça da vida e logo começa a melhorar. O menino então enterra o miolo da maça que no dia seguinte já é um broto nascente, ele enterra ao redor da macieira os anéis.


            Com sua mãe Mabel recuperada e o retorno de seu pai das índias após a morte do tio avô de Digory sua família fica rica e vão morar na casa de campo do tio avô falecido. Enquanto isso em Nárnia a paz reina e o broto plantado por Digory se torna uma grande árvore que na velhice de Digory acaba caindo, mandando o mesmo fazer um roupeiro com ela.
            Deste roupeiro, novas e fantásticas aventuras virão, mas estás são outras histórias para um outro momento, por enquanto encerro meu resumo com estás quatro partes que são a introdução das histórias que a maioria conhece pelos filmes.


            Encerro este resumo introdutório na página 97 do volume único desta obra. Deixo em vocês a curiosidade de lerem o restante desta magnifica obra de C.S Lewis.

Você quer saber mais?

LEWIS, C.S. As Crônicas de Nárnia – Volume único. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

PARTE I

PARTE II

PARTE III

terça-feira, 10 de março de 2020

Resumo do livro “As Crônicas de Nárnia” volume único. Parte III.


Leia antes a primeira segunda parte:



Dando continuidade ao resumo do livro “As Crônicas de Nárnia”.

Digory tinha razão, a feiticeira retorna para sua casa e trás consigo a maior confusão de cabriolés da polícia que a seguiam e moradores locais, após ter roubado uma joalheria. Tio André também está junto, após uma briga da rainha com as autoridades e moradores, Digory consegue tocar no calcanhar da dela e com o anel amarelo leva ela junto a Polly, tio André, um cocheiro pego no meio da confusão e o cavalo de Jadis montava. Voltam novamente ao bosque entre dois mundos, mas não demoram, pois o menino logo entra em um dos lagos que acredita levará a rainha de volta a Chairn, mas leva todo mundo junto novamente, pois todos estavam tocando nele e um no outro e deste modo o efeito mágico do anel verde levou todos juntos.

Chegam a uma dimensão vazia e escura, todos ficam apavorados, não há nada. Mas ao longe ouvem um canto, e devido a esse canto começam aparecer estrelas no céu, luz, e árvores e grama brotam do chão. Com o aumento da luminosidade veem que um leão canta enquanto a vida brota de seu canto. A rainha e o tio André ficam desconfiados e pedem para sair dali, mas todos os outros gostam do canto e sentem-se melhores, mais saudáveis e vivos. Tio André já especula em explorar o lugar financeiramente e Digory pensa que este lugar ou algo daqui poderia curar sua mãe Mabel. O menino então decide falar com o leão, e de repente o som do canto do leão se modifica e do chão começam a brotar em meio ao borbulhar da terra todos os tipos de animais. Então ele escolhe alguns, separa eles e sopra neles, e com uma voz profunda diz: “Nárnia, Nárnia desperte...” esses animais recebem o dom da fala e consciência. Da floresta surge todo tipo de animais e seres míticos, e todos clamam “Salve Aslam”! E os visitantes agora sabem o nome do leão criador.

Então com muito esforço o menino consegue se aproximar de Aslam  para pedir por sua mãe, Aslam o questiona o por quê de ter trazido o mal para o seu mundo recém criado, (se refere a rainha feiticeira), Aslam trata Digory pelo nome filho de Adão. O menino conta toda história para ele, o leão pede que ele seja fiel protetor dos animais que ele acabou de criar e pede ao menino que traga uma maça que nasce em uma cordilheira distante, pois precisa da semente dela para planta. Esta árvore que nascerá da semente protegerá Nárnia por séculos até que a rainha retorne. Para facilitar seu trabalho Aslam transforma o cavalo que veio com eles em um Pégaso, que recebe o nome de Pluma e voará com Digory. Aslam salienta que futuro sofrerá para que eles não sofram nas mãos do mal que chegou a sua terra.

Diante da presença do mal em seu mundo, Aslam convida o cocheiro para ficar e declara que fará dele o primeiro rei de Nárnia junto a sua esposa que por meio de um som emitido ele trás para Nárnia, sendo eles os primeiros reis daquela terra e que seus filhos o seguiriam no trono. Deveriam zelar pelos animais e por tudo, protegendo-os dessa força maligna invasora. 

Continua....

Resumo realizado por Leandro Claudir Pedroso

Você quer saber mais?

LEWIS, C.S. As Crônicas de Nárnia – Volume único. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.


Resumo do livro “As Crônicas de Nárnia” volume único. Parte II.


Leia antes a primeira parte:


Continuando o resumo do livro As Crônicas de Nárnia.

As crianças (Polly e Dygory) descobrem que tio André estava errado sobre os anéis, o amarelo retorna ao “Bosque entre dois Mundos” e verde saí do bosque. Assim elas entram em um dos lagos que estão no bosque e são levados a um pátio com vários prédios e arcos, um local muito antigo como puderam observar devido a aparência de ruínas e abandonado, todo o lugar é banhado por uma tênue luz vermelha. Entram em um grande salão adjacente ao pátio e veem várias cadeiras de pedra e figuras imóveis nelas sentadas, ricamente vestidas e com coroas nas cabeças, seus rostos transmitiam um ar de nobreza. No centro do salão havia uma mesa em formato de coluna e encima da mesa um arco com um sino com um martelinho perto, além de algumas inscrições indecifráveis, mas graças à magia que cercava o local a escrita aos poucos foi se tornando legível. O texto continha um alerta para aqueles que batessem o sino deveriam estar preparados para o perigo. Digory bate o sino, mesmo contrariando Polly, um som que vai aumentando é gerado da batida e espalhasse pelo salão, chegando a derrubar parte do teto. Uma das figuras sentada em um dos tronos, uma mulher muito alta e bela, acorda e se dirige às crianças. Pergunta quem são elas e conta que ela é a rainha daquele lugar que foi enfeitiçada, as crianças contam como chegaram ali e saem conduzidas pela rainha para fora do salão que já estava desabando. Chegam diante de uma porta cor de ébano que está fechada, e com um gesto a rainha destrói a porta. Do outro lado uma cidade igualmente abandonada, no céu um sol avermelhado e pálido brilha próximo a uma estrela.

A rainha fala para Polly e Digory que seu nome é Jadis e  aquela cidade é Charn, ela guerreou contra sua irmã rebelde e quando estava quase perdendo a batalha usou um feitiço proibido chamado “Palavra Execrável” e matou tudo que existia, isso explicou o por quê de não terem encontrado nada vivo até aquele momento. Conversando com Jadis, eles contam que seu mundo é diferente, que seu  sol é amarelo, ela concluí que seu mundo é mais jovem que o dela e acredita que  às crianças estão ali para levá-la para lá por ordens de algum feiticeiro que se apaixonou por sua imagem em alguma visão.  Ela deseja ir ao seu mundo para governar e pede que a conduzam até ele, ao rejeitarem ela agarra Polly, mas conseguem tocar nos anéis que estão em seus bolsos e voltam para o “Bosque entre dois mundos”. Ao chegarem nele, reparam que a rainha foi junto com eles, pois estava agarrada no cabelo de Polly, mas perdeu o vigor e às forças que tinha em seus mundo, pálida e fraca pede socorro para eles. As crianças correm para o lago de acesso a terra e tocam no anéis verdes, mas a feiticeira gruda na orelha de Digory e viaja junto com eles para Londres. Ao chegarem se deparam com o espanto do tio André que concluí que sua experiência saiu melhor do que imaginava. Jadis ao observar André concluiu que ele não é nenhum grande feiticeiro de linhagem real, mas um feiticeiro de livro, como ela mesma afirma.

A feiticeira se dirige ao tio André como seu servo e solicita uma carruagem para que inicie sua conquista, prontamente ele sai correndo para buscar. Jadis ignora a presença das crianças a partir daí e impaciente com a demora de André anda pela casa, encontra com a tia Letícia (Leta) que a interroga. Enfurecida Jadis tenta usar seus poderes nela, nada acontece aparentemente seus poderes não funcionam fora de seu mundo. André chega com um Cabriolé e leva consigo a rainha. Digory fica na casa esperando o retorno da rainha e André para encontra um meio de mandá-la de volta ao seu mundo.

Continua.....

Resumo realizado por Leandro Claudir Pedroso

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LEWIS, C.S. As Crônicas de Nárnia – Volume único. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009

domingo, 2 de fevereiro de 2020

CRO-MAGNON DAS ILHAS CANÁRIAS



O
 Museu das Canárias, na Ilha Grã-Canária, se orgulha de possuir a maior coleção do mundo de crânios do homem de Cro-Magnon.  Interessante também é o terraceamento para agricultura em torno de elevações arredondadas pela erosão, de origem desconhecida, que se encontra por todas as ilhas.
Na Ilha Tenerife existe um complexo piramidal feito de pedra negra vulcânica. As técnicas de arquitetura e engenharia empregadas na construção dessas pirâmides de seis “degraus” são similares àquelas encontradas no México, no Peru e na antiga Mesopotâmia.
Os arqueólogos da Universidade de La Laguna e o Dr. Thor Heyerdahl provaram que as estruturas são obra humana. A escavação revelou que elas foram erguidas sistematicamente com blocos de pedra, cascalho e terra. Escadas construídas cuidadosamente no lado oeste de cada pirâmide levam ao cume, uma plataforma perfeitamente plana, coberta de cascalho. Descobriu-se que o principal complexo piramidal, inclusive as esplanadas diante delas, é astronomicamente orientado para o poente no solstício de verão da mesma maneira que as pirâmides do Egito foram orientadas segundo os pontos cardeais.
Quem as construiu é um mistério, e nenhuma teoria é empurrada à força aos visitantes da cidade de Guimar e suas pirâmides. Um cartaz com um único ponto de interrogação rotula a exposição:
“OS HABITANTES CONHECIDOS MAIS ANTIGOS DE TENERIFE SÃO OS GUANCHES (hoje em dia extintos como cultura), QUE NÃO SABIAM DIZER QUANDO AS PIRÂMIDES FORAM CONSTRUÍDAS NEM POR QUEM”.
Entretanto, como veremos, os guanches provaram ser um elo cultural entre sociedades antigas e modernas. Quando os primeiros europeus modernos chegaram às Ilhas Canárias durante o início do século XIV, ficaram surpresos com as características físicas de seus habitantes guanches, que não eram muito diferentes daquelas das populações brancas nas regiões ao sul do Mediterrâneo. Investigadores do século XX ficaram ainda mais surpresos pela similaridade entre os esqueleto do homem de Cro-Magnon de 40 mil anos encontrado na Dordonha, França, e os restos mortais dos guanches.  Alguns pesquisadores acreditam que as similaridades não eram apenas físicas, mas também culturais como evidenciam as pinturas nas cavernas em Gáldar, Belmaco, Parque Cultural La Zarza e Los Letreros, por exemplo. Assim como as culturas Cro-Magnon, os guanches adornaram as cavernas com zigue-zagues, quadrados e símbolos espirais usando tinta vermelha ou preta. Os guanches continuaram pintando cavernas até o século XIV.

De acordo com a antropóloga alemã Ilse Schwidetzky, as Ilhas Canárias oferecem um extraordinário campo para investigações antropológicas. A população pré-histórica que vivia lá enterrava seus mortos em cavernas, o que proporcionou um material extraordinariamente abundante no que diz respeito a esqueletos. A despeito do fato de que os guanches não existem mais como cultura, grupos pré-hispânicos sobreviveram até o presente, mesmo depois do processo de cristianização e aculturação. Vários estudiosos dedicaram-se a identificá-los nos séculos XVIII, XIX e XX.

Em um estudo de 1984, o professor Gabriel Camps, da Universidade de Provença, foi bastante explícito quando à questão de identificar corretamente os naturais das Ilhas Canárias e seus predecessores. Nessa pesquisa, ele concentrou-se na antiga população Cro-Magnon da África do Norte, à qual ele se referia especificamente como iberomaurusianos. Esses iberomaurisianos eram uma cultura de 16 mil anos de idade do noroeste da África, que habitavam a planície costeira e o interior do que são hoje a Tunísia e o Marrocos. Viviam da caça do gado selvagem, gazelas, antílopes e carneiros-da-Barbária, e da coleta de moluscos. Hoje em dia, características físicas Cro-Magnono são raras nas populações da África do Norte. As características gerais ali pertencem a diferentes variedades de tipos mediterrâneos. No máximo, o grupo com características semelhantes às do homem de Cro-Magnon representa 3% da atual população do Magreb (Marrocos, Argélia e Tunísia). Mas são muito mais numerosos nas Ilhas Canárias.

O termo “iberomaurusiano” se refere à fabricação de implementos no final da Idade do Gelo caracterizados por ferramentas e armas de pedra menores, se comparadas às das culturas anteriores, e que apresentam pequenas lâminas com uma das extremidades sem corte, para que fosse possível segurar o instrumento daquele dão, ao manuseá-lo.  Os fabricantes dessas ferramentas estavam presentes em muitos pontos do Magreb africano, como AfalouBou-Rhummel, La Mouillah, Caverna Taza I e Taraforalt, entre 20 e 10 mil anos atrás. Muitos desses sítios encontram-se aglomerados em cavernas e abrigos rochosos ao longo do litoral do Magreb. Tinham esqueletos fortes que se pareciam como do Cro-Magnon europeu, embora tivessem as feições mais duras e outros tipos de diferenças. As origens do Cro-Magnon da África do Norte são desconhecidas. Estudiosos sugerem que eles tenham vindo da Europa, oeste da Ásia, ou de outro ponto da África, ou que tenham se desenvolvido na própria África do Norte. Eram relativamente altos (1,73 m para os homens e 1,62 m para as mulheres), e possuíam feições muito marcantes, rosto largo e forte, e um crânio alongado e estreito. Esse tipo de conformação craniana é referida como dolicocéfalo.

Leandro Claudir Pedroso

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MALKOWSKI, Edward F. O Egito Antes dos Faraós: e suas misteriosas origens pré-históricas. São Paulo: Editora Cultrix, 2010.

Egito Antigo. Disponível em: http://www.eurekabooking.com/en/guide/spain/guimar/photos.html. Acessado em janeiro de 2014.



Os vikings não passavam de meros saqueadores?



Esses “homens do norte” ou nordmanni, como eram chamados nos séculos IX e X, não eram meros selvagens que atacavam as pobres populações cristãs indefesas. Seus objetivos eram variados; poderiam ser comerciais, trabalhos como mercenários protegendo reinos europeus. O esquema empregado foi o mesmo que opôs os romanos a bárbaros. Uma imagem negativa, pois revela mais sobre as representações do “outro” por parte dos clérigos carolíngios que sobre a realidade histórica dos próprios vikings.
O termo viking designa os homens que surgiram no litoral da Europa ocidental no fim do século VIII. Oriundos da Escandinávia, eles organizavam expedições a bordo de seus navios, os knorr, pelas margens do Báltico e do Mar do Norte.
Seus objetivos eram variados. Praticavam atividades comerciais importantes, mas também pilhavam as populações costeiras, às vezes subindo rios como o Reno, o Sena e o Loire. A primeira grande incursão teve como alvo as ilhas britânicas na década de 790. Pouco depois, os vikings chegaram à costa do continente europeu.
Durante grande parte do século IX, o reino da Frância Ocidental foi particularmente visado, e Carlos, o Calvo, foi obrigado a lhes pagar tributo. Em certos casos, eles se instalavam em terras estrangeiras. Foi assim com a Normandia, concedida ao líder viking Rollo por Carlos, o Simples, em 911. Em troca, o chefe viking comprometeu-se a proteger o litoral franco contra futuros ataques.
No entanto, convém relativizar a oposição entre francos e vikings. Estes não eram os únicos que praticavam a pilhagem. No século VIII, os pipinidas, à frente do reino dos francos, promoveram expedições contra os saxões ou os turíngios que não se distinguiam dos ataques vikings.
O saque representava uma ação heroica para os reis carolíngios. O butim era frequentemente exibido como prova de valor guerreiro. Pode-se dizer que, durante muito tempo, o "viking" foi o franco. Afinal, as pilhagens do século IX nada tinham de novo. Incomum foi o fato de os francos passarem a ser as vítimas.
Então por que essa imagem de bárbaros? Ela se explica pelas fontes, essencialmente clericais e monásticas. As igrejas e mosteiros eram o alvo privilegiado dos vikings, daí a reação veemente dos clérigos. Alguns, como o monge inglês Alcuíno, apresentavam os vikings como um castigo divino. Afinal de contas, faziam parte de um mundo estrangeiro, desconhecido, assustador, no qual se costumava situar os monstros descritos pelos autores da Antiguidade.
Certos missionários chegaram a ver cinocéfalos (homens com cabeça de cão) entre os pagãos do Norte. Foi assim que se construiu uma imagem que, de certo modo, espelhava o contrário do mundo franco. Os vikings eram apresentados como seres imundos, ímpios, rudes, ao contrário do mundo carolíngio, que se considerava civilizado e cristão. O esquema empregado foi o mesmo que opôs romanos a bárbaros. Uma imagem negativa, pois revela mais sobre as representações do “outro” por parte dos clérigos carolíngios que sobre a realidade histórica dos próprios vikings.

Rodolphe Keller

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domingo, 26 de janeiro de 2020

Resenha crítica do livro “O Homem do Castelo Alto” de Philip K. Dick



Autor: Leandro Claudir Pedroso

            Anteriormente já realizei algumas resenhas e postei aqui no Construindo História Hoje, mas estou analisando uma ideia de torna isto mais frequente, e nesta nova visão trago a obra de Philip K. Dick (1928-1982), “O Homem do Castelo Alto”. É uma distopia escrita em 1962 que apresenta um mundo aonde o Eixo venceu a Segunda Guerra Mundial e trás todas as consequências que isso ocasionaria. Admito que meu primeiro contato com a obra foi por meio da série disponível no Amazon Prime, mas a série é uma adaptação do livro que explorou muito bem a ideia original de Dick, desenvolvendo diversos aspectos de um mundo governado pelo Império japonês e o Reich alemão que não foram explorados no livro. Particularmente ler esta obra serviu-me para ratificar minha visão do terror que teria sido um mundo governado pela paranoia psicótica nazista, pois seria um lugar que se definiria bem como um “sepulcro caiado”, belo na aparência e podre no interior. Repleto de avanços tecnológicos, mas lhes faltando humanidade. Ah!, já vou avisando que aqui você encontrará informações sobre a história, então se quiser conhecer a obra primeiro fique a vontade antes de ler, mas se sua curiosidade for maior, apoio e tenha uma boa leitura aqui!

O Eixo vence a Segunda Guerra Mundial

            A vitória do Eixo na Segunda Guerra Mundial se deu em 1947, após a rendição dos Estados Unidos, mas este evento culminou devido a uma série de acontecimentos que divergem de nosso mundo, que levaram ao fracasso dos Aliados. Um desses eventos foi o assassinato do presidente Franklin Delano Roosevelt em 1933, na cidade Miami por Giuseppe Zangara, a serviço do sindicato do crime de Chicago que teriam utilizado seus afãs anticapitalistas.  Os presidentes que o seguiram não conseguiram vencer a Grande Depressão, e assumiram uma postura isolacionista com a chegada da Guerra Mundial, pois não tiveram condições econômicas para auxiliar a Inglaterra e a União Soviética contra os nazistas. Estas políticas deixaram os Estados Unidos em uma situação de debilidade militar. Não houve a política antinazista de Roosevelt e os nazistas puderam auxiliar os japoneses em 1941. Em Pearl Harbor a frota do Pacifico dos Estados Unidos é totalmente destruída pelos japoneses, neste mesmo ano o Pacifico caí nas mãos dos japoneses. Na África Rommel vence as tropas inglesas e reúne as forças alemãs que desceram da Rússia, lideradas por Von Paulus, dominando o Oriente Médio e tendo o petróleo necessário para chegar até a Índia e encontrar-se com os japoneses. Estes eventos auxiliam o aumento da capacidade militar japonesa, que invadem o Havaí, Nova Zelândia e Austrália, até 1941e culminando com a invasão dos oeste dos Estados Unidos que capitula 1947 nas mãos dos japoneses e o leste 1948, nas mãos dos alemães! Desde então, Japão e Alemanha encontram-se em algo semelhante à Guerra Fria, pois ambas estão armadas com ogivas nucleares e os alemães possuem inclusive a bomba de Hidrogênio.


Personagens

            A história gira em torno de alguns personagens centrais, como o preconceituoso e racista Sr. Robert Childan (que na série televisiva tem sua personalidade racista amenizada), proprietário de um antiquário, a American Artistic Handcrafts Inc. especializada em atender japoneses, ele é submisso a eles por interesse, mas os considera inferiores, acredita que a “raça” branca é superior e a única dotada do “dom” de criar. O Sr. Nobusuke Tagomi, representante do ministério do comércio do Japão em San Francisco e cliente de R. Childan. O judeu Frank Frink, funcionário da Wyndham-Matson Corporation que realiza reproduções de peças de época americana e as vende muitas vezes para antiquários como peças originais, que após sua demissão faz uma sociedade com seu amigo Ed McCarthy na criação de peças de arte atual americana, que acabarão sendo consideradas espiritualmente vivas pelo Sr. Tagomi.  Outra protagonista importante é Juliana Frink, ex-mulher de Frank, ela é professora de judô e da qual falarei um pouco mais a frente. Hawthorne Abendsen, escritor do livro banido “O gafanhoto se torna pesado”, um homem misterioso que baseia seu livro em um mundo aonde os Aliados venceram a Segunda Guerra. Capitão Rudolf Wegener, membro da Abwehr, a Contraespionagem naval do Reich, que atua com o pseudônimo de Mr. Baynes, um rico industriário sueco a negócios nos Estados do Pacifico.        Bruno Kreuz von Meere, chefe regional da SD, que está atrás de Baynes. Freiherr Hugo Reisss, cônsul do Reich em San Francisco, que junto a Meere estão atrás de Baynes. General Tedeki, ex-Chefe do Estado-Maior Imperial do Japão, acredita que Rudolf Wegener (Sr. Baynes) tenha  informações importantes para o Império.

            O enredo se baseia em personagens presentes nos Estados Americanos do Pacifico (PSA), principalmente na cidade de São Francisco, governados pelo Império do Japão e nos Estados das Montanhas Rochosas (zona neutra) e no Leste dos Estados Unidos existem divididos em duas zonas, ao Norte os Estados Unidos ainda são uma nação sob um governo militar nazista e ao Sul, uma região somente denominada “O Sul” permanece com um governo fantoche e escravocrata aos moldes do que existiu na França de Vichy em nosso mundo durante a Segunda Guerra.

Um dos personagens principais é Juliana Frink, uma instrutora de Judô que tem sua vida alterada, após o encontro com Joe Cinadella, membro da SD que opera disfarçado como um italiano motorista de caminhão nos Estados do Pacífico (Zona de influência nipônica), que usa Juliana para criar uma situação e encontrar-se com Hawthorne Abendsen, o escritor do livro 'fictício' e banido no Reich, “O Gafanhoto torna-se pesado”, que relata uma dimensão aonde os Aliados venceram a guerra, mas está dimensão não é a nossa, pois a história relatada por Abendsen da vitória Aliada tem várias divergências com a de nosso mundo. Joe Cinadella foi enviado pelo governo do Reich para assassinar Abendsen, que o considera uma ameaça devido às informações presentes em seu livro, mas tem seus planos impedido pela própria Juliana que fica interessada no escritor do livro, após ter sido apresentada a ela pelo próprio Cinadella que havia lido ele e deixou Juliana ler umas partes e contou o restante para ela, o encontro de ambos culmina com a morte de Cinadella nas mãos de Juliana. Ela então vai sozinha até a casa de Abendsen aonde recebe informações reveladoras sobre a origem do livro.

Hawthorne Abendsen escreveu “O Gafanhoto se torna Pesado” utilizando o I Ching, um livro chinês que surgiu em +/ - 1150 a.C, que serve como oráculo. O autor fazia uma pergunta para o livro de determinado evento da história e jogava três moedas chinesas por seis vezes, e depois de anotar o formato das linhas que iriam surgindo verificava no I Ching o hexagrama correspondente que trazia a luz o acontecimento histórico sobre a perspectiva do oráculo. Foi deste modo que Abendsen chegou a um mundo aonde os Aliados venceram a guerra, mas reitero que este mundo pode ter chegado a mesma conclusão que o nosso, mas por meio de algumas vias diferentes que culminaria por fim igualmente diferente.

A viagem de Tagomi

Um dos momentos mais interessantes da história, e que acaba se conectando com a série da Amazon, pois trata de forma “palpável” a questão de realidades alternativas é quando o Sr. Tagomi compra na loja de Robert Childan uma das peças fabricadas por Frank Frink e Ed McCarthy. Trata-se de um triângulo de prata que Tagomi compra e leva até praça Portsmounth em San Francisco, e senta-se em um banco. Começa então a analisar o objeto sob a luz do Sol do meio-dia e sente-se atraído por ele, sente que o mesmo emite as essências do Yin, escuro e morto e Yang, brilhante e vivo. Depois de alguns minutos o Sr. Tagomi relata ser conduzido pelos ventos quentes do carma, e neste instante o objeto escurece em sua mão, a luz desaparece, uma sombra tapa o Sol e ele se vê diante de um policial de uniforme azul, e observa que ao seu redor não havia nenhum bicitáxi, a forma de locomoção mais comum conhecida por ele, e ao caminhar pela calçada vê ao horizonte uma enorme construção de metal, que descobre ao questionar um transeunte se tratar da rodovia Embarcadero, algo que não estava ali há alguns minutos atrás.  É um sonho louco pensou Tagomi, paisagens de aspecto sinistro, enfumaçadas, tumultuada, com cheiro de queimado no ar, prédios cinza-fosco e calçadas cheias de pessoas com uma pressa peculiar. As ruas eram tomadas por carros e ônibus com formas que não lhe eram familiar, então encontra uma lanchonete e entra, mas não recebe o tratamento esperado de subserviência aos japoneses pelos americanos. Saí consternado da lanchonete e se pergunta: Onde estou? Fora do meu mundo, do meu espaço e tempo, o triângulo de prata me desorientou. Então ele retorna para a praça onde estava e pega o triângulo novamente, concentra-se nele e conta até dez, depois levanta em um pulo, olha ao redor e estava novamente em seu mundo com vários bicitáxis. Eu achei está parte da história particularmente interessante, pois ela nos deixa claro as visões de Philip K. Dick sobre mundos paralelos, pois nela Tagomi é levado a um mundo onde pelo que pudemos observar os Estados Unidos estavam sem influência japonesa, autônomos e mais desenvolvidos, poderia ser a nossa dimensão ou a do livro “O Gafanhoto se torna Pesado”!

Um mundo diferente

            Adolf Hitler está incapacitado devido à loucura causada pela sífilis, e quem governa o Reich é o chanceler Martin Bormann, que morre em 1962, e é sucedido pelo Doutor Goebbels, que possuí um plano chamado Lowenzahn - operação Dente-de-Leão que visa destruir o Império japonês e dominar seus territórios. É neste interim que entra o membro da Abwehr, Capitão Rudolf Wegener (Sr. Baynes) que está tentando expor o plano nazista para o Japão, por meio do contato com o Sr. Tagomi do ministério do comércio japonês e subsequentemente com o general Tedeki. O governo de Goebbels é instável, pois está ameaçado pelo cruel general da Waffe-SS Reinhard Heyndrich, que  por incrível que pareça não tem interesse que a operação Dente-de-Leão seja executada, pois seu gabinete está encarregado da colonização espacial e não quer desgastes inúteis de recursos com está operação. Sim, este Heyndrich foi um dos principais “arquitetos” dos extermínios em massa ocorridos na Segunda Guerra, em nosso mundo foi assassinado em 1942, mas nesta dimensão está em plena atividade.

            No universo do livro “O Homem do Castelo Alto”, alguns avanços tecnológicos dentro do Reich foram drásticos, devido ao ímpeto desmensurado dos nazistas, não importando o quanto de recursos humanos ou materiais fossem usados para alcançar seus objetivos. Um destes avanços é o foguete de passageiros desenvolvido em 1962, o Messerschmitt 9-E, que é capaz de realizar um voo Europa-Estados Unidos em 45 minutos. O Mar Mediterrâneo foi drenado, segundo o projeto Atlantropa do arquiteto alemão Herman Sörgel e levado a cabo pela supervisão de Baldur von Schirach, a Atlantropa resolveria o problema da Lebensraum, (conceito Alemão de espaço vital)  transformando o Mar Mediterrâneo em terra arável. A colonização espacial é uma realidade desde 1962, os nazistas já chegaram a Lua, Vênus e Marte, e possuem projetos de colonização em andamento.

            Em contra partida o Império do Japão está atrasado em seu desenvolvimento, não tendo alcançado nenhum avanço significativo desde o fim da guerra. Além do fato que os japoneses não aceitam 90% das leis do Reich por considerá-las desumanas, o que ocasiona uma limitação nas relações que dariam mais acesso as descobertas tecnológicas dos alemães!

            A África é um continente desolado, ligado à Europa por meio da grande área arável do Mediterrâneo, e os objetivos do Reich para o mesmo eram agrários, e para tanto necessitavam resolver o problema da população local, e encarregaram o diabólico Doutor Arthur Seyss-Inquart, com ajuda do Reichsleiter Alfred Rosenberg de exterminar e escravizar os povos deste continente, mas não concluíram com o êxito exigido pelo Reich. Como lemos no livro: “Quanto à Solução Final do problema africano, estamos quase alcançando nossos objetivos. Infelizmente, entretanto....”.Não ficou muito claro o que o autor quis dizer com isto, mas vejo nas entrelinhas um sinal de que estavam sofrendo resistência da população local por meio de rebeldes, ou até um problema relacionado ao grande número de habitantes do continente, pois após 15 anos de ação não conseguiram seus intentos! Podemos ver através das reflexões horrorizadas de Frank Frink que os técnicos de Berlim utilizaram sua tecnologia para aproveitar partes de corpos humanos na manufatura de utensílios, aonde ele compara os nazistas a canibais e ogros.

            Os negros foram colocados em situação de escravidão novamente, e existem também cidadãos de segunda categoria, como eslavos, latinos e chineses. Este tratamento racista é aplicado tanto nas áreas controladas pelo Reich como nas pertencentes ao Império do Japão, com a exceção que nas regiões de domínio japonês os extermínios não são algo institucionalizado e há maior liberdade para os povos de outras “raças” (se tal coisa realmente existisse, pois somos todos uma única raça, a raça humana). Os japoneses se negaram a matar judeus tanto durante a guerra quanto após ela, se limitando no máximo a extraditar os mesmo para o Reich se assim desejassem.

            Grande parte da história gira em torna do Sr. Baynes conseguir levar as informações sobre a operação Dente-de-Leão aos japoneses, pois a mesma iniciaria com um incidente entre as tropas americanas do Reich e japonesas na fronteira entre os Estados das Montanhas Rochosas e os Estados Unidos, a operação culminaria com um gigantesco ataque nuclear às Ilhas Nipônicas sem aviso prévio de qualquer espécie. Dessa forma eliminando toda a Família Real e a maior parte da Marinha Imperial, a população civil e os recursos. Deixando as colônias ultramarinas sem defesa e permitindo sua absorção pelo Reich.

É uma história incrível advinda de uma mente prodigiosa como a de Dick, uma história aonde encontramos a ficção atrelada de certa forma a realidade. Temos aqui presente três realidades alternativas, a realidade de nosso mundo, a realidade do livro “O Homem do Castelo Alto”, aonde o Eixo venceu a Segunda Guerra e a realidade presente no livro “O Gafanhoto se torna Pesado”, nestas os Aliados venceram a Guerra, mas possuí diferenças entre nossa realidade. Aproveito para  indicar aqueles que gostaram da história do livro “O Homem do Castelo Alto” para conhecerem o Swastika Night, escrito em 1937por Katharine Burdekin, que também fala de um mundo aonde o Japão e Alemanha venceram uma Guerra Mundial, mas este foi escrito antes da guerra iniciar,  e o Bring the Jubilee de Ward Moore de 1953 que trata de uma vitória Confederada na Guerra da Secessão americana e suas consequências.  Então se você gostou deste trabalho, divulgue o Construindo História Hoje e juntos poderemos incentivar outros a conhecer o maravilho mundo da leitura.

Você quer saber mais?

DICK, Philip K. O Homem do Castelo Alto. São Paulo: Aleph, 2019.

O projeto Atlantropa


I Ching



Swastika Night



Bring the Jubilee