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terça-feira, 3 de abril de 2018

O universo pode ser cíclico




Dizem que o Big Bang foi o princípio do Universo. Mas, segundo Roger Penrose, prestigiado físico da Universidade de Oxford, ele também foi o fim de um outro universo que existia antes deste. E, melhor, o britânico diz ter agora evidências concretas sobre esse ciclo cosmológico.

Trabalhando em parceria com o armênio Vahe Gurzadyan, da Universidade Estadual de Yerevan, ele há três anos analisa a série de dados do satélite WMAP. A sonda americana foi projetada para fazer um mapeamento universal da radiação cósmica de fundo -um "eco" do Big Bang gerado quando o Universo tinha menos de 400 mil anos de existência, detectado pelo satélite na forma de micro-ondas. Hoje, o cosmo tem 13,8 bilhões de anos.

Penrose e Gurzadyan vêm dizendo, desde 2010, que conseguiram detectar pequenas flutuações na radiação cósmica de fundo, na forma de círculos concêntricos.

Isso, segundo eles, seria resultado da colisão de buracos negros gigantes numa época que precedeu o Big Bang. Ou seja, seria implicação de que o Universo já existia, em outra forma, antes do período de expansão que conhecemos e observamos hoje.

Os cosmólogos constataram, com alguma surpresa, que os círculos apontados por Penrose e Gurzadyan estavam de fato lá, e haviam passado despercebidos até então. Entretanto, realizando simulações de como seria a radiação cósmica de fundo com base na cosmologia clássica -para a qual tudo começa no Big Bang-, constataram que os círculos também apareciam.

Ou seja, o fenômeno era real, mas a parte que dizia respeito a outro universo antes deste parecia ser apenas elucubração da dupla.
Penrose e Gurzadyan agora voltam à carga, com novas evidências. Em uma análise mais profunda dos círculos, publicada recentemente no "European Physical Journal Plus", eles concluem que o padrão observado se encaixa melhor na hipótese de um universo cíclico, com eventos que antecedem o Big Bang.

A dupla agora trabalha na análise de dados do satélite europeu Planck, que faz basicamente a mesma coisa realizada anos atrás pelo WMAP, mas com mais precisão. "Nosso trabalho está avançando", disse à Folha Gurzadian. "Contudo, pretendemos divulgar os resultados inicialmente para especialistas."

Os dois não se incomodam com a baixa receptividade da comunidade científica à ideia. "A hipótese da cosmologia cíclica é baseada numa geometria não convencional, então não é estranho as ideias precisem de mais tempo para serem mais bem acolhidas", diz Gurzadyan.

Ele e Penrose continuarão buscando confirmação da hipótese no estudo da radiação cósmica de fundo. Mais adiante, eles também esperam encontrar corroboração em fontes de mais difícil acesso, como a detecção de ondas gravitacionais emanadas do próprio Big Bang.

"Existe um certo consenso de que fases pré-Big Bang de fato deixariam marcas na radiação de ondas gravitacionais de fundo", confirma Odylio Aguiar, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que lidera o projeto do detector de ondas gravitacionais Schenberg, instalado na USP.

Infelizmente, nem o Schenberg, nem seus equivalentes internacionais conseguiram até agora detectar qualquer onda gravitacional, muito menos as emanadas pelo Big Bang. Os grupos seguem em busca desse objetivo.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Os enganos na História humana.


Você já percebeu que nem sempre as coisas são o que aparentam ser? Durante séculos, os cientistas acreditaram que a Terra era o centro fixo do Universo e que tudo, inclusive o Sol e as estrelas, orbitava ao redor dela. Foi um livre-pensador polonês, Copérnico, quem determinou que a Terra estivesse em movimento e girava em torno do Sol.

Ele comparou esse fenômeno à maneira como os marinheiros, quando estão dentro de um navio com o mar calmo, experimentam a ilusão de estarem perfeitamente parados enquanto tudo ao redor se move.

 “Da mesma maneira” escreveu Copérnico, “o movimento da Terra pode produzir a impressão inquestionável de que o Universo inteiro esta em rotação”.

Simplesmente porque o Sol e as estrelas aparentavam estar girando em torno da Terra não significa que isso que isso é verdade. Apenas porque outros acreditam também não. Os insetos, como se sabe, possuem seis patas. Durante séculos ninguém questionou o grande Aristóteles. As pessoas presumiam que as aranhas eram insetos e, portanto, tinham seis patas. Foi Jean-Baptiste Lamarck quem apresentou a classificação da aranha como um aracnídeo, possuidor de oito patas. Somente porque as pessoas acreditam em algo por séculos, não significa que seja verdade.

Seria possível que uma tradição como esta tenha se infiltrado em diversas áreas de estudo da vida humana? Seria possível que milhões tenham aceitado a falsidade no lugar da verdade, e poucos questionam isso? Seriam possíveis as tradições com seus fatos históricos distorcidos passar a ser aceitas como verdades?

Einstein foi considerado um dos maiores cérebros humanos. Mas teve alguns códigos da Inteligência represados? Sim. Foram tão represados que ele cometeu algumas falhas inadmissíveis na relação com um dos filhos, mas raramente se comenta esse assunto na imprensa mundial.

Einstein era um homem simples, sociável, gentil, amante da música, mas o código da Resiliência, a ser estudado, e o código da capacidade de se encantar atenta e prolongadamente com os pequenos estímulos da rotina diária estavam contraídos.



Se ele tivesse lutado contra as construções de seus vilões interiores como traços de pessimismo e pensamentos mórbidos não teria deixado de visitar seu filho de visitar por anos a fio seu filho portador de uma psicose no manicômio em que o internou. O ambiente tétrico do hospital e seu sentimento de impotência em lidar com fatos ilógicos também o angustiaram. Por não decifrar determinados fenômenos da mente humana, o gênio da física agiu em algumas áreas sem nenhuma genialidade. Einstein estudou os completou os buracos negros que são capazes de sugar e destruir estrelas e planetas inteiros como a Terra.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Arqueologia Proibida: A História Oculta Da Raça Humana



By Michael A. Cremo and Richard L. Thompson Published by BBT Science Books, 1996. ISBN: 0-89213-294-9. Hardbound, 952 pages.

INTRODUÇÃO

Em 1979, pesquisadores em Laetoli, Tanzania, em um sítio da África Oriental descobriram pegadas em depósitos de cinza vulcânica com idade superior a 3,6 milhões de anos. Mary Leakey e outros disseram que as pegadas eram indistingüíveis das humanas atuais. Para estes cientistas, isso apenas significa que os ancestrais do homem de 3,6 milhões de anos atrás tinham pés incrivelmente modernos.

Mas, de acordo com outros cientistas, como o antropólogo físico R.H. Tuttle da Universidade de Chicago, ossos fósseis dos australopithecos conhecidos de 3,6 milhões de anos atrás demonstram que eles tinham pés que eram claramente próximos dos pés de um macaco. Assim, são incompatíveis com as pegadas de Laetoli. Em um artigo da edição de março de 1990 da revista ‘Natural History’, Tuttle confessou que “estamos frente a um mistério”. Parece admissível, portanto, considerar a possibilidade que nem Tuttle nem Leakey mencionaram - que criaturas com corpos humanos anatomicamente modernos, que combinassem com seus pés humanos anatomicamente modernos, existiram há 3,6 milhões de anos atrás na África Oriental. Talvez, como sugerido na ilustração da página oposta, eles coexistiram com criaturas simiescas. Intrigante como possa parecer essa possibilidade arqueológica, as idéias atuais sobre a evolução humana a proíbem.

Pessoas sensatas irão alertar para a consideração da existência de humanos anatomicamente modernos há milhões de anos com base, simplesmente, nas pegadas de Laetoli. Mas há mais evidências. Durante as últimas décadas, cientistas na África descobriram ossos fósseis que parecem consideravelmente humanos. Em 1965, Bryan Patterson e W. W. Howells acharam um úmero (osso do braço) surpreendentemente moderno em Kanapoi, Kenya. Os cientistas avaliaram sua idade em 4 milhões de anos.

Henry M. McHenry e Robert S. Corruccini, da Universidade da Califórnia, disseram que o úmero de Kanapoi era “dificilmente distinguível do osso de um Homo sapiens atual”. Similarmente, Richard Leakey disse que o fêmur ER 1481 do Lago Tukana, Kenya, achado em 1972, era indistinguível do de um humano moderno. Os cientistas normalmente associam o fêmur ER 1481, que tem cerca de 2 milhões de anos, ao pré-humano Homo habilis. Mas, desde que o ER 1481 foi achado isoladamente, não se pode descartar a possibilidade de que o resto do esqueleto fosse, também, anatomicamente moderno. De forma interessante, em 1913 o cientista alemão Hans Reck descobriu, em Olduvai Gorge, Tanzania, um esqueleto humano completo, anatomicamente moderno, em um estrato de mais de um milhão de anos, gerando décadas de controvérsias.Aqui, novamente, alguns nos alertarão para que não exagerarmos o valor de alguns poucos e controversos exemplos em contraste com a grande quantidade de evidências não controversas demonstrando que os humanos atuais evoluíram de criaturas simiescas bastante recentemente - por volta de 100.000 anos para cá, na África, e na visão de alguns, em outras partes do mundo também. Mas acontece que não esgotamos nossas fontes com as pegadas de Laetoli, o úmero de Kanapoi e o fêmur ER 1481. Pelos últimos oito anos, Richard Thompson e eu, com a assistência de nosso pesquisador Stephen Bernath, acumulamos um extenso corpo de evidências que desafia as teorias atuais sobre a evolução humana. Algumas dessas evidências, como as pegadas de Laetoli, são bem recentes. Mas boa parte delas foi registrada por cientistas no século dezenove e começo do século vinte. E, como você pode ver, nossa discussão sobre essas evidências podem constituir um livro muito grande.

Sem mesmo olhar para esse antigo conjunto de evidências, alguns assumirão que deve haver algo errado com ele - que foi convenientemente descartado há muito pelos cientistas, por razões muito boas. Richard e eu checamos bem essa possibilidade. Concluímos, no entanto, que a qualidade dessas evidências controversas não é melhor ou pior que as supostamente não controversas, usualmente citadas em favor das atuais teorias sobre a evolução humana.

Mas “Arqueologia Proibida” é mais do que um bem documentado catálogo de fatos não usuais. É, também, uma crítica sociológica, filosófica e histórica ao método científico, da forma como é aplicado à questão das origens da humanidade. Não somos sociólogos, mas nossa abordagem é similar à praticada pelos adeptos da sociologia do conhecimento científico (SSK), como Steve Woolgar, Trevor Pinch, Michael Mulkay, Harry Collins, Bruno Latour, and Michael Lynch.

Cada um desses estudiosos tem uma perspectiva única da SSK, mas todos provavelmente concordariam com o seguinte enunciado programático. As conclusões dos cientistas não correspondem de forma idêntica as estados e processos de uma realidade objetiva natural. Ao invés, tais conclusões refletem os reais processos sociais dos cientistas, mais do que o que acontece na natureza/meio ambiente.

A abordagem crítica que fazemos em “Arqueologia Proibida” também assemelha-se à usada pelos filósofos da ciência, como Paul Feyerabend, que afirma que a ciência alcançou uma posição por demais privilegiada no campo intelectual, e por historiadores da ciência, como J. S. Rudwick, que explorou em detalhes a natureza da controvérsia científica. Como Rudwick, em “A Grande Contovérsia Devoniana”, usamos a narrativa para apresentarmos nosso material, que engloba não uma mas muitas controvérsias - controvérsias há muito resolvidas, não resolvidas ainda e em formação. Para isso foram feitas muitas citações de fontes primárias e secundárias, e fornecidas descrições detalhadas das reviravoltas dos complexos debates paleoantropológicos. Para os que trabalham com disciplinas relacionadas com as origens da humanidade e antiguidade, “Arqueologia Proibida” provê um bem documentado compêndio de relatórios livres das muitas referências atuais, não facilmente conseguido de outra forma.

Um dos últimos autores a discutir o tipo de relatório achado em “Arqueologia Proibida” foi Marcellin Boule. Em seu livro “Fossil Men” (1957), Boule traz uma conclusão decididamente negativa. Mas, ao examinar os relatórios originais, percebemos que o ceticismo de Boule não é justificado. Em “Arqueologia Proibida”, fornecemos material oriundo de fontes primárias que irão permitir aos leitores atuais formarem suas próprias opiniões sobre as evidências que Boule desacreditou. Também introduzimos vários casos que Boule deixou de mencionar.

Das evidências que colhemos, concluímos algumas vezes em linguagem desprovida do experimentalismo ritual, que as hipóteses atualmente dominantes sobre as origens do homem necessitam de uma drástica revisão. Também concluímos que um processo de filtragem de conhecimentos deixou os estudiosos com uma coleção de fatos radicalmente prejudicada e incompleta.

Antecipamos que muitos estudiosos acharão em “Arqueologia Proibida” um convite a discursos produtivos sobre (1) a natureza e tratamento das evidências no campo das origens do homem e (2) as conclusões que podem ser mais logicamente alcançadas a partir de tais evidências.

No primeiro capítulo da Parte I, pesquisamos a história e o atual estado em que se encontram as idéias sobre a evolução do homem. Também discutimos alguns dos princípios epistemológicos que usamos em nosso estudo nesse campo. Principalmente, estamos interessados em duplo padrão no tratamento das evidências. Identificamos dois principais corpos de evidências. O primeiro é um conjunto controverso (A), que demonstra a existência de humanos anatomicamente modernos no ‘não muito confortável’ passado distante. O segundo é um conjunto de evidências (B) que pode ser interpretado como comportando as atuais visões dominantes de que o homem evoluiu bem recentemente, de 100.000 anos para cá, na África, e talvez em outros lugares.Também identificamos padrões empregados na avaliação das evidências paleoantropológicas. Depois de um estudo detalhado, descobrimos que se estes padrões forem aplicados igualmente para A e B, então devemos aceitar a ambos ou rejeitar a ambos. Se aceitarmos tanto A quanto B, então temos evidências colocando humanos anatomicamente modernos vivendo há milhões de anos atrás, coexistindo com humanóides simiescos. Se rejeitarmos a ambos, eliminamos a possibilidade de usarmos a base fática disponível para formularmos qualquer hipótese sobre as origens do homem e a antiguidade. Historicamente, um significativo número de cientistas profissionais já aceitou as evidências do grupo A. Mas um grupo mais influente, que aplicou padrões mais rígidos a A do que a B, estabeleceu a rejeição de A e a preservação de B como dominante. Esse uso de padrões diferenciados para a aceitação ou rejeição de evidências constitui um filtro de conhecimentos que obscurece a verdade sobre a evolução humana. No corpo da Parte I (Capítulos 2-6), checamos a vasta quantidade de evidências controversas que contradiz as idéias correntes sobre a evolução do homem. Narramos em detalhes como elas foram sistematicamente suprimidas, ignoradas ou esquecidas, mesmo sendo qualitativamente (e quantitativamente) equivalentes às atualmente aceitas. Quando falamos em supressão de evidências, não nos referimos a cientistas conspiradores levando a cabo um plano satânico para enganar o público.

Ao contrário, falamos sobre a existência de um processo sociológico de filtragem de conhecimento que aparenta ser bem inócuo mas que tem, em verdade, um substancial efeito cumulativo. Certas categorias de evidências simplesmente desapareceram, em nossa opinião injustificadamente.

O Capítulo 2 trata de ossos anormalmente antigos e conchas que exibem marcas e sinais de ruptura intencional. Até hoje, cientistas consideram tais ossos e conchas como uma importante categoria de evidências, e muitos sítios arqueológicos foram estabelecidos com base apenas nesse tipo de achado.Nas décadas posteriores à apresentação da teoria de Darwin, numerosos cientistas descobriram ossos animais quebrados ou com incisões, e conchas sugerindo que humanos que usavam ferramentas ou precursores dos humanos existiram no Pliosceno (2-5 milhões de anos atrás), no Miosceno (5-25 milhões de anos atrás), e até antes. Ao analisar os ossos e conchas, os descobridores cuidadosamente consideraram e estabeleceram explicações alternativas - como a ação de animais ou pressão geológica - antes de concluir que os humanos eram os responsáveis. Em alguns casos, ferramentas de pedra foram achadas juntamente com os ossos e conchas. Um exemplo particularmente impressionante nesta categoria é um concha exibindo uma rude, porém reconhecível, face humana esculpida em sua superfície externa. Registrada pelo ologista H. Stopes à Associação Britânica para o Avanço da Ciência em 1881, essa concha, de uma formação rochosa do Pliosceno, na Inglaterra, tem mais de 2 milhões de anos.

De acordo com os padrões aceitos, humanos capazes de tal nível de artifício não chegaram à Europa antes de 30.000 ou 40.000 antos atrás. Além disso, eles nem mesmo surgiram em seu berço, a África, antes de 100.000 anos atrás. Em relação às evidências do tipo reportado por Stopes, Armand de Quatrefages escreveu em seu livro “Hommes Fossiles et Hommes Sauvages” (1884): “As objeções feitas à existência do homem no Pliosceno e Miosceno parecem ser habitualmente mais relacionadas a considerações teóricas do que à observação direta”.

As mais rudimentares ferramentas de pedra, as eoliths (“as pedras da aurora”) são o assunto do Capítulo 3. Esses instrumentos achados em contextos geológicos inesperadamente antigos, inspiraram prolongados debates no final do século dezenove e começo do século vinte.

Para alguns, as eoliths não eram sempre facilmente reconhecíveis como ferramentas. As eoliths não tinham forma simétrica. Ao contrário, a borda de uma lasca de pedra natural era quebrada para fazê-la servir para uma determinada tarefa, como raspar, cortar ou talhar. Freqüentemente a ponta ostentava sinais do uso. Os críticos disseram que as eoliths resultaram de eventos naturais, como o rolar no fundo de rios. Mas os defensores da outra tese ofereceram contra-argumentos convincentes no sentido de que as forças naturais não poderiam causar o gasto similar ao conseguido na pedra lascada - unidirecional em apenas um lado da pedra. No final do século dezenove, Benjamin Harrison, um arqueologista amador, descobriu eoliths no Platô de Kent, no sudeste da Inglaterra. Evidências geológicas sugerem que as eoliths foram produzidas em meados ou no final do Ploisceno, por volta de 2 a 4 milhões de anos atrás. Entre os que apoiavam a tese decorrente da descoberta de Harrison estavam Alfred Russell Wallace, co-fundador com Darwin da teoria da evolução pela seleção natural; Sir John Prestwich, um dos mais eminentes geologistas ingleses; e Ray E. Lankester, um diretor do Museu Britânico (História Natural). Embora Harrison tenha descoberto a maior parte de suas eoliths em depósitos superficiais de cascalho do Pliosceno, ele também descobriu muitas em níveis mais abaixo, durante uma escavação financiada e dirigida pela Associação Britânica para o Avanço da Ciência. Além das eoliths, Harrison achou, em vários lugares no Platô de Kent, ferramentas de pedra mais avançadas (paleoliths) de antigüidade plioscênica similar.

No começo do século vinte, J. Reid Moir, um membro do Instituto Real de Antropologia e presidente da Sociedade de Pré-História da Anglia Oriental, descobriu eoliths (e ferramentas de pedra mais avançadas) na formação inglesa de Red Crag. As ferramentas tinham por volta de 2 a 2,5 milhões de anos. Algumas das ferramentas de Moir foram achadas nos leitos de detritos de Red Crag e poderiam ter entre 2,5 e 55 milhões de anos.

Os achados de Moir ganharam o apoio de um dos maiores críticos das eoliths, Henri Breuil, então considerado como uma das mais proeminentes autoridades em ferramentas de pedra antigas.

Outro patrocinador foi o paleontologista Henry Fairfield Osborn, do Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. E, em 1923, uma comissão internacional de cientistas viajou até a Inglaterra para investigar as principais descobertas de Moir e as consideraram genuínas. Mas, em 1939, A. S. Barnes publicou um artigo de muita influência, no qual analisava as eoliths descobertas por Moir e outras em termos do ângulo de quebra observado. Barnes afirmava que seu método podia distinguir entre o processo de lascar feito por humanos do produzido por forças naturais. Desde então, os cientistas têm usado o método de Barnes para negar a manufatura por homens de outras ferramentas de pedra. Mas, em anos recentes, autoridades em ferramentas de pedra, como George F. Carter, Leland W. Patterson e A. L. Bryan têm contestado a metodologia de Barnes e sua aplicação. Isso sugere a necessidade de reexame das eoliths européias. Significativamente, ferramentas de pedra muito antigas, da África, como aquelas dos níveis mais baixos de Olduvai Gorge, aparentam serem idênticas às eoliths européias rejeitadas. Ainda assim, são aceitas pela comunidade científica sem questionamentos. Isso se dá, provavelmente, porque elas se encaixam e ajudam a apoiar a teoria da evolução do homem atualmente aceita.

Mas outras manufaturas eolíticas de antigüidade inesperada continuam a encontrar forte oposição. Por exemplo, na década de 1950, Louis Leakey descobriu ferramentas de pedra de mais de 200.000 anos em Calico, nos sul da Califórnia. De acordo com a visão padrão, os humanos não penetraram nas regiões subárticas do Novo Mundo antes de aproximadamente 12.000 anos atrás. Os cientistas acabaram por responder à descoberta de Calico, previsivelmente, afirmando que, ou eram produto das forças naturais, ou não tinham realmente 200.000 anos. Mas há razões suficientes para se concluir que as descobertas de Calico são artefatos de produção genuinamente humana. Embora a maior parte das ferramentas fossem rudes, algumas, inclusive uma em forma de bico, eram mais avançadas.

No Capítulo 4, discutimos uma categoria de implementos que chamamos de paleoliths rudes. No caso das eoliths, a parte lascada localiza-se perfeitamente na borda trabalhada de um pedaço de pedra naturalmente quebrada. Mas os fabricantes dos paleoliths rudes deliberadamente golpearam as rochas, lascando, então, os pedaços até alcançar formas reconhecíveis como ferramentas. Em alguns casos, rochas inteiras foram lascadas até formarem ferramentas. Como vimos, as paleoliths brutas são encontradas juntamente com as eoliths. Mas, nos sítios discutidos no Capítulo 4, as paleoliths são dominantes no conjunto. Na categoria das paleoliths brutas, incluímos ferramentas do Miosceno (5 a 25 milhões de anos) achadas no final do século dezenove por Carlos Ribeiro, chefe do Instituto de Pesquisa Geológica de Portugal. Em uma conferência internacional de arqueologistas e antropologistas, em Portugal, um comitê de cientistas investigou um dos sítios onde Ribeiro havia achado as ferramentas. Um dos cientistas achou um peça de pedra mais avançada que os melhores espécimes de Ribeiro. Comparável às peças aceitas como do final do Pleistoceno, do tipo Mousterian, estava firmemente encravada em conglomerado do Miosceno, em circunstâncias tais que confirmavam sua antigüidade mioscênica. Paleoliths brutas também foram achadas em formações mioscênicas em Thenay, França. S. Laing, um escritor de ciências inglês, escreveu: “Em seu conjunto, a evidência desses implementos do Miosceno parece ser bastante conclusiva, e as objeções parecem não se situarem de outra forma a não ser como simples relutância em admitir a grande antigüidade do homem”.

O texto prossegue enumerando evidências da manipulação, por parte do establishment, das convicções dos homens acerca de sua própria história.

O pensamento livre, a dignidade do ser humano, a verdade, enfim, se expressou através dos signatários da DECLARAÇÃO DE VENEZA.

DECLARAÇÃO DE VENEZA

Comunicado final do Colóquio “A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento” Veneza, 7 de março de 1986.

Os participantes do colóquio “A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento”, organizado pela UNESCO, com a colaboração da Fundação Giorgio Cini (Veneza, 3-7 de março de 1986), animados pôr um espírito de abertura e de questionamento dos valores de nosso tempo, ficaram de acordo sobre os seguintes pontos:

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Dois Sóis aparecem no céu da China. PARTE II: os fatos por trás da mídia e da pseudociência.


No meu entender, existem nesta história alguns fatores a ter em conta:

1 – O homem que filmou realmente pensou que viu 2 sóis. Isso não faz com que seja dois sóis. Faz simplesmente com que se perceba que a testemunha não tem conhecimento sobre esses assuntos.

Tal como quando as pessoas veem satélites ou iridium flares e pensam logo que são naves extraterrestres, quando na verdade o que se passa é que a pessoa não tem conhecimento para perceber aquilo que está a ver.

As pessoas não terem conhecimento sobre os fenómenos é normal – ninguém pode saber sobre todos os assuntos. Os maus jornalistas e os sites pseudociência inventarem logo que é algo desconhecido, isso só demonstra a falta de sentido crítico que existe em muitos sítios.

Neste caso, a testemunha diz que não existe outra explicação – mas isso é porque ele (e o amigo) não sabe essa explicação que existe. O jornalista deu essa explicação. Era assim que deveria ter acabado a reportagem – com a explicação. Mas não, a reportagem acaba com a ideia de que isto é um mistério.

2 – Se as pessoas olhassem mais para o céu, perceberiam que este é um fenómeno normal (raro quando são lado a lado, mas mesmo assim explicável).

Tem a ver com reflexos nas lentes, a luz do Sol refratar na atmosfera (fenómeno óptico bastante comum), e miragens – tal como quando vamos numa reta com árvores dos lados, parece lá ao fundo não só que as árvores se tocam, mas parece inclusive que existem poças de água por toda a estrada.

3 – Como diz o professor Jim Kaler: “a imagem dupla do Sol deriva de um efeito óptico de refracção. É um fenómeno raro (ou seja, não é diário), e que não está totalmente explicado pela ciência (apesar de se saber o que é e de estar praticamente explicado)”.

4 – Deixem-me dizer novamente: este é um fenómeno comum (raro mas que acontece regularmente). Basta fazerem uma pesquisa no Google para verem várias outras fotografias do mesmo género, feitas por astro fotógrafos.

Se fizerem uma pesquisa no YouTube, veem também vários exemplos disso. Claro que se vê títulos completamente sem sentido, porque as pessoas imaginam logo conclusões sem sentido. Mas o que se percebe é que é um fenómeno “normal”.

5 – Como este é um fenómeno atmosférico recorrente, então é normal as pessoas de vez em quando (quando olham para o céu) o verem.

Não é algo que aconteça todos os dias. Mas é algo conhecido.

Claro que para quem não têm por costume olhar para o céu, estas coisas podem ser fantásticas! (qualquer dia aparece a “extraordinária notícia” que a Lua pode-se ver durante o dia, incluindo ao mesmo tempo que o Sol!) O Sol costuma produzir outras imagens estranhas, além de haver outros fenómenos atmosféricos estranhos.

O que a mim me aborrece é quem tem por obrigação disseminar a verdade sobre as notícias – como os jornalistas – por vezes preferem divulgar os mitos, as crenças, os mentirosos, os pseudociência, a ignorância.

6 – Como este é um fenómeno que acontece por vezes ,é assim normal que no passado tenha havido as mesmas histerias.

Por exemplo, o ano passado foi na Índia.

7 – Existe uma outra hipótese: tudo isto não passa de uma campanha de Marketing enganosa.

Dois Sóis aparecem no céu da China. PARTE I: Estranho fenômeno registrado em vídeo mostra Sol duplo na China!


No começo de março, a TV chinesa CTV mostrou um vídeo intrigante: dois sóis aparecem – lado a lado – assustando muitos espectadores.

Como era de se esperar, a reportagem caiu na web e em poucos dias alcançou as centenas de milhares de visualizações.

A repórter diz: “A notícia do dia aqui na China é este vídeo que foi enviado para nós por um homem que viu dois sóis esta tarde”.

Mais adiante, na matéria: “O Sol parece que está refletindo nas nuvens. Isso é uma ilusão de óptica, porém o homem que fez este vídeo diz que viu mesmo dois sóis”.

O cinegrafista que fez o vídeo fala: “Eu vi 2 sóis mesmo e os filmei para provar.”.

Não demorou nada para que vários fóruns, sites e blogs começassem a criar teorias das mais variadas. O aviso de que o fim do mundo estaria próximo, discos voadores e a explosão de uma supernova foram três das mais cogitadas!

Mas será que isso é real? Será que o segundo Sol visto na China é uma nova estrela?

O vídeo é real! Pelo menos não encontramos nenhuma falha que apontasse para manipulação digital.

Mas antes que você fique desesperado e saia correndo pelas ruas arrancando os cabelos de medo, temos que avisar:

Trata-se de uma ilusão de óptica, de uma miragem!

Em entrevista ao portal Life’s Little Mysteries , o astrônomo da Universidade de Illinóis, Jim Kaler, disse que a imagem do sol duplo é um efeito de refração óptica, mas é um fenômeno raro e ainda não totalmente explicado pela ciência.


Kaler não acredita que ele (o vídeo) tenha sido produzido no computador. “Deve ter havido alguma gota de atmosfera em algum lugar que causou este fenômeno verdadeiramente espetacular, que de certa forma é uma miragem.”, afirma Jim.

Segundo o Wikipédia, “miragem ou espelhismo é um fenômeno óptico muito comum em dias ensolarados, especialmente sobre rodovias, em paisagens desérticas, ou também em alto-mar. Trata-se de uma imagem causada pelo desvio da luz refletida pelo objeto, ou seja, é um fenômeno físico real e não apenas uma ilusão de óptica. Miragem pode ocorrer em diferentes condições, causando vários tipos de imagem do objeto. A luz solar, em direção ao asfalto, sofre refração devido ao gradiente de temperatura das camadas de ar a medida que se aproxima do asfalto. Essa refração desvia a direção de propagação da luz, e por final, ela reflete-se (reflexão total) nas camadas de ar próximas ao solo, fazendo com que a luz agora se distancie dele. Desta forma, tem-se a ilusão que a superfície do solo está espelhada (poça de água aparente). O fenômeno também é observado quando o solo está muito frio, neste caso as imagens refletidas no ar são invertidas.”

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mitologia como ciência antiga: o mito transcendendo o irreal!


Constelações zodiacais. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Nestes tempos amigos Construtores onde a tecnologia marca a civilização humana de uma forma tão forte que o pensamento contemporâneo se recusa a aceitar que as civilizações antigas pudessem marcar a passagem do tempo para além das simples observações sazonais que definem um ano. Mas, através da história houve astrônomos, matemáticos e historiadores que mediram o tempo de maneiras sofisticadas.

O historiador John G. Jackson (1907-1993), em seu estudo do folclore e das tradições da Grécia Antiga, lançou uma preciosa luz sobre a relação entre os mitos e a observação das estrelas entre os antigos. Na mitologia grega, aprendemos sobre o lendário e poderoso rei etíope, Cefeu, cuja fama era tão grande que ele e sua família foram imortalizados como estrelas. Ele, sua esposa Cassiopeia e sua filha, a princesa Andrômeda, todos se tornaram estrelas na esfera celeste. Embora essa conexão pessoal com as estrelas possa no parecer estranha, Jackson observa que para os antigos etíopes, isso não era incomum. Amigos Construtores, veremos agora que Jackson destaca que Luciano, antigo escritor e historiador grego (180-129 AEC), descreveu a cuidadosa observação das estrelas por parte dos primeiros etíopes.

Os etíopes foram os inventores da ciência das estrelas, e deram nomes aos planetas, não de maneira aleatória e sem sentido, mas descritivos das qualidades que concebiam que possuíssem; e foi deles que essa arte passou, ainda que em estado imperfeito, para os egípcios”.

Historiador grego Luciano

O estudioso francês Constatin-François Volney (1757-1820) que é conhecido pelos relatos meticulosos de suas explorações no norte da África, era particularmente fascinado pelo alto grau de conhecimento astronômico e, decorrente disso, o elevado nível cultural alcançado pelos etíopes. Volney descreve a invenção do zodíaco por essa antiga civilização:

“Foi então que na fronteira do Alto Nilo, entre uma raça de homens negros, organizou-se um complicado sistema de adoração das estrelas, considerado em relação às produções da terra e aos trabalhos na lavoura [...] Assim, o etíope de Tebas chamou de ESTRELA DE INUNDAÇÃO, ou AQUÁRIO, aquelas sob as quais começam as cheias do Nilo; ESTRELAS DO BOI ou TOURO, aquelas sob as quais começam a plantar; ESTRELAS DO LEÃO, aquelas sob as quais esse animal, expulso do deserto pela sede, aparecia nas margens do Nilo; ESTRELAS DO FEIXE DE ESPIGAS, ou primeira colheita VIRGEM, aquelas da estação da ceifa; ESTRELAS DO CORDEIRO, ou ÁRIES e ESTRELAS DAS DUAS CRIANÇAS, ou GÊMEOS, aquelas sob as quais os preciosos animais nasciam [...].
Assim, o mesmo etíope, tendo observado que o retorno das inundações sempre correspondia ao surgimento de uma bela estrela na direção da nascente do Nilo, e que parecia prevenir os agricultores acerca da elevação das águas, ele comparou essa ação à do animal que , com seu latido, alerta contra o perigo, chamou essa ESTRELA DE CÃO, aquele que ladra, SIRIOS. Da mesma maneira, chamaram de caranguejo as estrelas onde o sol, tendo chegado ao trópico, recuavam devido a um lento movimento retrógrado, como o CARANGUEJO DE CÂNCER. Ele chamou de CABRA SELVAGEM, ou CAPRICÓRNIO, aquelas onde o sol, tendo alcançado o ponto mais alto em seu trato anual [...] imita a cabra, que adora escalar o alto das rochas. Ele chamou de BALANÇA, ou LIBRA, aquelas onde os dias e noites são iguais, parecem em equilíbrio, como esse instrumento; e ESTRELAS DE ESCORPIÃO, aquelas onde certos ventos periódicos trazem vapores que queimam como o veneno do escorpião.”


Constelação de Cepheu. Imagem: Arquivo Pessoal CHH.

Volney determinou que a data de origem do zodíaco tinha de ser 15194 AEC.
Charles-François Dupuis (1742-1809), professor de retórica em Lisieux, França, acreditava que existiu uma origem comum para as opiniões astronômicas e religiosas dos gregos, egípcios, chineses, persas e árabes. Em seus livros The Orign of All Religious Worship, The Origen of Constellations e The Chronological Zodiac, Dupuis, correlaciona os mitos da Antiguidade com a observação de uma série de acontecimentos celestes. Esses livros foram a fonte de inspiração de Giorgio de Santillana, quando ele começou a estudar a mitologia e a astrologia dos primeiros egípcios.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Evento de Carrington ou Tormenta Solar


Explosão de Massa Coronal que gera as Tempestades Solares. Imagem: Telegraph.co.uk
O Evento de Carrington ou Tormenta Solar de 1859 foi uma grande tempestade geomagnética provocada por ondas solares ocorrida em 2 de setembro de 1859. Seu nome provém de Richard Carrington, astrônomo inglês, especialista em manchas solares. Esta tormenta solar foi a mais potente já registrada pela história da humanidade. Causou falhas no serviço de telégrafo em toda a Europa e América do Norte. O evento parece ter sido notado em 28 de agosto de 1859 quando foi possível perceber auroras boreais por quase toda América do Norte. Observou-se imensas cortinas de luz de Maine até a Flórida.
A magnetosfera protege a superfície da Terra das partículas carregadas do vento solar. É comprimida no lado diurno (Sol) devido à força das partículas chegantes, e estendido no lado noturno. Imagem: http://www.space.com/

As erupções solares que provocam tormentas magnéticas podem causar danos nos sistemas dos satélites e de comunicação, bem como nas redes de energia. Alguns consideram até a possibilidade de um grande apagão e que poderiam ocorrer detonações atômicas espontâneas.
Um fenômeno suficientemente forte desestabilizaria, inclusive de forma catastrófica, uma boa parte da tecnologia global.
O mundo moderno, depende em excesso da rede satelites, de telecomunicações, aparelhos eletrônicos de todo tipo, tecnologias muito vulneráveis a variações espaciais.
Tempestade solar pode ser causa do apagão no Nordeste
O pulso eletromagnético detectado nos EUA teve origem após uma explosão solar ocorrida no dia 31 de Janeiro de 1989, quando uma grande quantidade de massa coronal foi ejetada da estrela (Sol). A maior parte dessas partículas seguiu em direção ao espaço, enquanto uma pequena parcela atingiu o campo magnético terrestre e pode ter provocado auroras nas latitudes médias e altas.


Vento Solar provindo das Explosões Solares que Ejetam Massa Coronal no espaço em direção da Terra. Imagem: http://www.space.com/

Exatamente nesse mesmo instante, quase toda a região Nordeste ficou às escuras. Segundo relatos feitos no site Painel Global, diversos carros e luzes também apresentaram funcionamento errático e intermitente, além de muita interferência nas estações de rádio.

Em boletim recebido do SWPC, Centro de Previsão de Tempo Espacial dos EUA, às 02h36 UTC (23h36 no Nordeste e 00h36 em Brasília), magnetômetros instalados em Boulder, no Colorado, registraram um repentino pulso eletromagnético de 8 nanoTeslas (Tesla é a unidade de medição de campos magnéticos). Para fins de comparação, o pulso eletromagnético registrado teve intensidade de 8 nanoTeslas. A maior tempestade solar já registrada ocorreu em setembro de 1859 e teve a intensidade estimada em 110 nanoTeslas. Essa tempestade ficou conhecida como Evento Carrington.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O que seria de Einstein sem Sir Arthur Stanley Eddington.


Sir Arthur Stanley Eddington. Imagem: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Eddington é famoso pelo seu trabalho sobre a Teoria da Relatividade. Eddington escreveu um artigo em 1919, Report on the relativity theory of gravitation, que anunciou a Teoria Geral da Relatividade de Einstein para o mundo anglófono. Devido à Primeira Guerra Mundial, os novos desenvolvimentos da ciência alemã não eram muito bem conhecidos no Reino Unido.

Eddington nasceu em Kendal, na Inglaterra, em uma família Quaker. Desde cedo ele mostrou grande talento para a Matemática e ganhou diferentes prêmios e bolsas que permitiram que financiasse seus estudos, que ele finalizou em 1905. Começou suas pesquisas no laboratório Cavendish, e mais tarde pesquisas em Matemática que ele interrompeu rapidamente, tendo recebido no final de 1905 um posto no Observatório de Greenwich. Ele foi imediatamente integrado a um projeto de pesquisa iniciado em 1900, quando placas fotográficas do asteróide 433 Eros foram tiradas durante todo um ano. Sua primeira tarefa foi terminar a análise dessas placas e determinar precisamente o valor da paralaxe solar.

Em 1906 ele começou seu estudo estatístico do movimento das estrelas e, no ano seguinte, ganhou um prêmio pelo ensaio que escrevera sobre o assunto.

Em dezembro de 1912, George Darwin, um dos filhos de Charles Darwin, morreu e Eddington foi nomeado para substituí-lo. Como o titular da outra cadeira de Astronomia de Cambridge, a Lowndean chair, também morreu durante o ano seguinte, Eddington tornou-se o diretor do observatório de Cambridge, assumindo assim a responsabilidade da Astronomia teórica e experimental em Cambridge.

Uma das fotografias de Eddington do eclipse de 1919, apresentada no seu artigo de 1920 anunciando seu sucesso. Imagem. F. W. Dyson, A. S. Eddington, and C. Davidson.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Eddington foi chamado para efetuar seu serviço militar. Como quaker e pacifista, recusou servir no Exército e pediu uma derrogação para efetuar um serviço alternativo, mas isso não era possível naquela época. Alguns amigos cientistas resolveram o problema, conseguindo se pronunciar em seu favor para dispensá-lo do serviço militar alegando sua importância para a ciência. Em 1915, ele recebeu por intermédio da Royal Astronomical Society os artigos sobre a Teoria Geral da Relatividade de Einstein e de de Sitter. Eddington começou então a se interessar pelo assunto, principalmente porque essa nova teoria podia explicar o avanço, inexplicado até então, do periélio de Mercúrio.

Comprovação da Teoria Geral da Relatividade

Após a guerra, Eddington partiu para São Tomé e Príncipe, onde um eclipse solar total seria visível em 29 de maio de 1919.

Segundo a relatividade geral, uma estrela visível nas proximidades do Sol deveria aparecer em uma posição ligeiramente mais afastada deste porque sua luz deveria ser ligeiramente desviada pela ação da gravidade do Sol. Esse efeito somente pode ser observado durante um eclipse total do Sol, pois senão a luminosidade do Sol impede a visibilidade da estrela em questão.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As maravilhas do céu estrelado: Constelações Zodiacais


Representação das constelações em um antigo Atlas Celeste. Imagem: As Maravilhas do Céu Estrelado de João Batista Salgado Loureiro e Romildo Póvoa Faria, pg.32, fig.14.

Durante o dia, olhando para s nuvens, temos a impressão de que elas formam figuras de rostos, animais ou objetos. O mesmo acontece à noite, quando olhamos com atenção um céu totalmente estrelado. As estrelas, ou o fundo escuro do céu, parecem formar também figuras diversas. Os antigos também tinham esta sensação e forma eles que imaginaram sãs primeiras constelações no céu.

A constelação do Touro é uma das constelações do Zodíaco, que é uma região muito importante que existe no céu. Ela é importante porque é só no Zodíaco ou nas constelações do Zodíaco (constelações zodiacais) que podemos ver a Lua ou planetas visíveis a olho nu. A partir do Touro, para a direita, as treze principais constelações do Zodíaco são: Gêmeos (GEMINI), Caranguejo (CANCER), Leão (LEO), Virgem (VIRGO), Balança (LIBRA), Escorpião (SCORPIUS), Serpentário (OPHIUCHUS), Sagitário (SAGITTARIUS), Capricórnio (CAPRICORNUS), Aquário (AQUARIUS), Peixes (PISCES) e Carneiro (ARIES).

Não é possível ver todas ao mesmo tempo. Só com o passar das horas e ao longo do ano é que todas podem ser vistas no céu. Isto porque dependendo do mês que fazemos a observação, o Sol fica na direção de uma das constelações do Zodíaco. Acontecendo isto, não podemos ver a constelação onde o Sol está e temos dificuldade de ver outras que estão próximas pois a luz do Sol nos atrapalha. Algumas das constelações zodiacais só possuem estrelas de fraco brilho (de terceira, quarta, quinta ou sexta magnitude) e por isso é difícil encontrá-las. Somente com muita prática de observação é que aprendemos a reconhecê-las. Outras, entretanto, possuem estrelas de primeira ou segunda magnitude, facilitando-nos achá-las no firmamento.

Cartas Celestes: projeção esterografica  (polos). Imagem: As Maravilhas do Céu Estrelado de João Batista Salgado Loureiro e Romildo Póvoa Faria, pg.39, fig. 16-A, 16-B.

As constelações e os mitos que as cercam

PEIXES É formada por estrelas de brilho pouco intenso. Segundo a lenda, esta constelação representa dois peixes unidos por uma corda amarrada em suas caudas, colocados no céu por uma deusa chamada Minerva.

CARNEIROEsta constelação zodiacal possui uma estrela de segunda magnitude, chamada Hamal (Alfa Carneiro). Representa um carneiro que, segundo conta a lenda, possuía uma pele de ouro e foi sacrificado em homenagem a Júpiter, o deus dos deuses.

TOURO Possuí como principal estrela Aldebaran, a Alfa da constelação de Touro. É uma estrela vermelha como Beteugeuse da constelação de Órion. Representa um dos animais caçados pelo gigante Órion.

GÊMEOS A lenda conta que Castor e Pollux, dois irmãos gêmeos, foram representados no céu, formando esta constelação. E seus nomes foram dados às duas estrelas mais brilhantes, de primeira magnitude.

CARANGUEJO Outra constelação difícil de se ver por possuir estrelas de fraco brilho. Considera-se que ela representa um caranguejo que foi enviado para matar Hércules, um antigo herói dos gregos e romanos.

LEÃO Nesta constelação há uma estrela de primeira magnitude, chamada Regulus ou Alfa Leonis. Representa o leão morto pelo herói Hércules no primeiro de seus famosos doze trabalhos.

VIRGEM Simboliza a filha de Icarus (o que tentou voar até o Sol) e carrega numa de suas mãos uma espiga de milho. Esta espiga é marcada, na constelação, por uma estrela de primeira magnitude, chamada de Spica (Alfa Virginis).

BALANÇA - Constelação formada por estrelas de brilho não muito intenso, duas das quais simbolizam os braços de uma balança.

ESCORPIÃO Uma das mais bonitas constelações, visível durante o início das noites de inverno e no começo da primavera. Nela se destaca a estrela Antares, de primeira magnitude e de cor avermelhada. Várias outras estrelas de segunda e terceira magnitudes são observadas nesta constelação, onde não é difícil imaginar um escorpião ou, pelo menos, a sua cauda, ou ainda um grande “anzol” no céu. Segundo a lenda dos gregos e romanos antigos, este escorpião foi enviado pela deusa Hera para matar Órion, o gigante caçador.