sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Thonis-Heracleion: Tesouros surpreendentes da Atlântida Perdida do Egito há 1.300 anos agora são revelados.


Estela ordenada por Nectanebo I encontrada em Thonis-Heracleion sendo tirada do fundo do Mediterrâneo. Imagem: http://seriouslyforreal.com

Arqueólogos redescobriram uma cidade egípcia envolta em mitos, engolida pelo Mar Mediterrâneo e enterrada na areia e na lama por mais de 1.200 anos. Conhecida como Heracleion para os antigos gregos e Thonis para os antigos egípcios, a cidade foi encontrada em 2000 pelo arqueólogo subaquático francês Franck Goddio e sua equipe do Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática, depois de um levantamento geofísico de quatro anos.

As ruínas da cidade perdida estavam 9,4 metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo, em Aboukir Bay, perto de Alexandria. Vários artefatos surpreendentemente bem preservados foram recuperados, e contam um pouco da história do povo que lá viveu.


Esta estela foi ordenada pelo faraó Nectanebo I, que viveu entre 378 e 362 aC. É quase idêntica à estela de Náucratis, que fica no Museu Egípcio do Cairo. Imagem: http://seriouslyforreal.com

Porto da era clássica

Durante a escavação de 13 anos de Thonis-Heracleion, emocionantes descobertas arqueológicas ajudaram a descrever uma cidade antiga que não era apenas um centro comercial internacional vital, mas, possivelmente, um importante centro religioso.
A pesquisa sugere que Thonis-Heracleion serviu como uma porta de entrada obrigatória para o comércio entre o Mediterrâneo e o Nilo.


Uma das descobertas mais importantes na área do templo foi esta capela monolítica, pois serviu como uma chave para identificar o resto da cidade. Imagem: http://seriouslyforreal.com

Até o momento, 64 naufrágios e mais de 700 âncoras foram descobertos a partir da lama da baía. Outros achados incluem moedas de ouro, pesos de Atenas (que nunca foram encontrados em um site egípcio) e tábuas gigantes inscritas em egípcio e grego antigos. Os pesquisadores pensam que esses artefatos apontam a proeminência da cidade como um centro de comércio movimentado.

Também foi analisada uma variedade de artefatos religiosos na cidade submersa, incluindo esculturas de pedra de cerca de 5 metros de altura, que provavelmente adornaram o templo central da cidade, e sarcófagos de pedra calcária que se acredita terem contido animais mumificados.

Especialistas se maravilharam com a diversidade de objetos localizados e com o quão bem eles estavam preservados. “A evidência arqueológica é simplesmente impressionante”, disse Sir Barry Cunliffe, arqueólogo da Universidade de Oxford (Reino Unido).


A deusa Ísis era adorada como mãe e esposa, bem como patrona da natureza e da magia. Imagem: http://seriouslyforreal.com

Apesar de toda a excitação sobre a escavação, um mistério sobre Thonis-Heracleion permanece em grande parte sem solução: por que exatamente a cidade afundou?

A equipe de Goddio sugere que o peso de grandes construções em uma região de barro e solo de areia pode ter feito a cidade afundar após um terremoto. Segundo Goddio, pode levar mais 200 anos antes de os cientistas descobrirem todos os segredos da cidade perdida.

Acompanhe mais fotos da descoberta de Thonis-Heracleion.


Os pesquisadores descobriram uma estátua de 5,4 m que representa o deus Hapi, que era o deus das inundações do Nilo e um símbolo da fertilidade e da abundância. A estátua decorava o templo de Heracleion. Imagem:  http://seriouslyforreal.com/ 


Artefatos descobertos colocam em xeque a questão da diáspora africana.


Os artefatos de pedra encontrados em Omã provavelmente foram feitas por blocos lascados de sílex, com formas triangulares distintas. Esta é a primeira vez que esta tecnologia de ferramentas de pedra especial foi encontrada fora da África. Imagem/Créditos: Yamandu Hilbert.

Existe quase um consenso, entre os arqueólogos, de que o Homo sapiens surgiu na África, entre 200 mil e 100 mil anos atrás. Existe quase um consenso, entre os arqueólogos, de que o Homo sapiens surgiu na África, entre 200 mil e 100 mil anos atrás. A maioria dos cientistas aceita que o início da diáspora foi pela costa do continente, local por aonde chegariam até a península arábica. Mas uma série de descobertas arqueológicas pode redefinir essa visão.

Pesquisadores da Universidade de Birmingham (Inglaterra) descobriram artefatos de pedra em mais de cem sítios arqueológicos no Omã, país localizado a sudeste da Arábia Saudita. Estes objetos, segundo estimativas, datam de pelo menos 100 mil anos atrás, período no qual não deveria haver (segundo as teorias que prevalecem hoje) nenhum agrupamento humano fixo longe do litoral.

Essa descoberta muda a ideia de como os primitivos africanos teriam saído do continente pela primeira vez. Com essa descoberta, admite-se que talvez eles tenham migrado pelas quentes e áridas regiões do interior do norte africano e da península arábica, e não pelas áreas mais amenas da costa. Eles explicam que essa teoria sempre foi mais aceita por ser mais lógica, mas não há reais evidências arqueológicas disso.