sábado, 15 de outubro de 2011

Crítica ao Movimento Anarquista. Parte III.

A ordem sempre irá opor-se ao caos em todos os aspectos.

Tanto o anarquismo como o comunismo procuram em última instância a acracia ou sociedade sem autoridade. Não obstante, anarquistas e marxistas têm estado enfrentados desde que Marx atacou a Proudhon em The Poverty of Philosophy (1846), confronto que atingiu seu clímax no confronto entre marxistas e bakuninistas pelo controle da Primeira Internacional, e que acabou com a ruptura da mesma em 1872. A base do conflito centra-se em que, bem como os marxistas criam na necessidade transicional de um estado dos trabalhadores (a «ditadura do proletariado»), os anarquistas pensavam que o caminho ao socialismo (ou ao comunismo) passava pela destruição do estado. Para os anarquistas, um estado socialista repetiria as características de opressão e privilégio contra as que lutavam, ao mesmo tempo em que, ao estender os poderes à organização da vida econômica, resultaria ser inclusive mais opressivo. Para os marxistas, a desorganização dos anarquistas impedir-lhes-ia atingir nenhum lucro.

O anarquismo clássico nunca atraiu grandes números de membros, e sua influência no curso da história mundial foi mínima. The Blackwell Encyclopaedia of Political Thought diz que a idéia anarquista de uma sociedade organizada sem uma autoridade central vai contra o desenvolvimento do papel do estado paralelo ao da industrialização experimentado nas sociedades avançadas, e que requer um enorme salto de fé. A este respeito, o historiador anarquista George Woodcock diz que o anarquismo foi mais um movimento de rebelião que de revolução; um protesto e resistência em frente à revolução social que desde mediados do século XVIII, com a contribuição do progresso científico e tecnológico, conduz ao mundo para uma centralização econômica e política, com o que implica de subordinação do indivíduo para o estado. Assinala que em frente a esta negativa revolução, os anarquistas protestaram em nome da dignidade humana, sendo este possivelmente seu maior lucro.

Woodcock diz também que o anarquismo sofreu das debilidades de suas táticas revolucionárias, uma completa falta de coordenação que provocou que as rebeliões e ações anarquistas em ocasiões servissem para manter um estado de tensão, mas não produziam resultados duradouros. A propaganda pelo fato em demasiadas ocasiões converteu-se em propaganda negativa, e o sucesso do sindicalismo de fato representava um compromisso com a tendência à centralização: Woodcock diz que o mesmo Malatesta sugeria que, ao imitar as formas políticas e industriais de seu tempo, eventualmente fariam parte da ordem centralista ao que se opunham. Assim, a CGT francesa acabou em mãos de reformistas , e finalmente nas de comunistas; e inclusive a CNT enviou a seus líderes à coalizão governamental durante a Guerra Civil Espanhola.

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